Audiência na ONU pede fim da ocupação do Haiti

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Delegação é recebida e entrega carta ao Secretário Geral

Uma delegação internacional se apresentou na sede da ONU, em Nova York, atendendo ao chamado lançado em fevereiro por organizações políticas, sindicais, populares, democráticas do Haiti, que lutam pela soberania do país, pela imediata retirada da Minustah e de toda forma de ocupação.

A delegação foi recebida em 20 de julho pelo senhor El Ghassim Wane (Sub-secretário geral das operações de manutenção da paz) e William Gardner (assessor do departamento de operações de paz).

As intervenções da delegação basearam-se no mandato estabelecido numa carta dirigida ao Secretário Geral da ONU exigindo, notadamente, “a retirada de todas as formas de ocupação e ingerência da ONU sobre o solo haitiano, a indenização de todas as vítimas, em particular as vítimas do cólera”.

Ademais, os membros da delegação denunciaram crimes políticos ocorridos no Haiti, citando em particular os assassinatos e ameaças contra militantes do movimento Moleghaf, denunciados internacionalmente, entre outras organizações, pelo Escritório de Advogados Internacionais (do Haiti) e pela Confederação dos Trabalhadores do Setor Público e Privado (CTSP). Em relação a esses crimes, a Vereadora Juliana Cardoso (PT-SP) apresentou uma carta da Comissão de Direitos
Humanos da Câmara de Deputados do Brasil à sua homóloga haitiana, a Comissão de Justiça, Direitos Humanos e da Segurança Pública da Câmara de Deputados do Haiti. Esses documentos foram entregues à ONU.

Também foi destacada a repressão que se abate sobre os operários das empresas têxteis das zonas francas do Haiti, nas quais os direitos sindicais são pisoteados e até mesmo toda a direção de um sindicato foi recentemente demitida. Uma campanha internacional está engajada para exigir o fim da repressão e a imediata reintegração desses sindicalistas.

O ex-senador Moïse Jean Charles apresentou um documento que descreve a implicação da Minustah em fraudes eleitorais.

Em sua resposta, ainda que defendendo a Minustah e a próxima missão da ONU (prevista para outubro, a Minujusth), o representante do Secretário Geral, Sr. Wane, disse que ele “prestaria contas a quem de direito” de todas as informações e documentos apresentados pela delegação.

Perguntado pela delegação se haveria uma resposta do Secretário Geral, ele respondeu que “os documentos lhe serão entregues e se ele considerar que deve responder certos aspectos, sob uma ou outra forma, será ele quem decidirá”.

*na foto: A delegação diante da sede da ONU, da esquerda para a direita: Antonio Lisboa, da Executiva da CUT; Juliana Cardoso, Vereadora pelo PT em São Paulo; Ray Laforest da Kodinasyon Desalin (KOD); Sabine Guerrier, da Haitian Heritage & Friends of Haiti (HHFoH); Ronald André, jornalista da Radio Solidarite (Haiti); Patricia Pioche, União Geral dos Trabalhadores da Guadalupe; JC. Moïse, ex-senador do Haiti pelo Partido P’tit Dessalines; Barbara Corrales, do Comitê Defender o Haiti é Defender a Nós Mesmos (Brasil), Victor Fabert , da Aliança dos Trabalhadores e Povos das Caraíbas (Guadalupe); Kim Ives, do jornal Haiti Liberté (USA). A delegação foi composta tambem por Pablo Kokay, estudante brasileiro em Nova York, militante do PT

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