Mais que nunca: Fora Temer, nenhum direito a menos!

E, na luta para barrar o caos, reconstruir o PT

carta da Corrente O Trabalho do PT, seção brasileira da Quarta Internacional

O ano 2016 termina deixando um rastro de ataques que empurra a nação ao caos. É a expressão no Brasil do que representa para a humanidade a sobrevivência do decrépito sistema imperialista, dominado pela especulação financeira, baseado na propriedade privada dos grandes meios de produção.

O golpe na democracia, sete meses depois da efetivação do governo usurpador, abriu uma acelerada, e sem precedente, guerra contra a nação e sua maioria oprimida.

As condições econômicas se deterioram impondo sacrifícios às famílias trabalhadoras, o desemprego que não para de crescer, segundo o IBGE, já atinge 12 milhões de pessoas. E o trabalhador tem uma queda de salário de 6,2% em 2016, acumulando 10% de perda nos últimos dois anos, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Depois de entregar o Pré-sal às multinacionais petrolíferas, o Congresso golpista, protegido por forte repressão policial contra manifestantes, avançou no processo de destruição do Estado, com a aprovação do Projeto de Emenda Constitucional, a PEC 55, que congela por 20 anos os gastos sociais do governo. Na sequência, aprovou um orçamento para 2017 no qual, do total de R$ 3,5 trilhões de gastos previstos, destina R$ 1,7 trilhão para pagamento dos juros da dívida!

Executivo usurpador, cercado de depredadores da nação, e Congresso, um covil de abutres, avançam na pilhagem dos direitos adquiridos, com a tramitação da PEC da destruição da Previdência e outras medidas que estão “no forno”, como a flexibilização da Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT.

Tais medidas de terra arrasada contra as condições de vida do povo trabalhador avançam junto com os ataques à democracia através de um bonapartismo do Judiciário, que busca se alçar como um poder por cima dos demais poderes, imiscuindo-se sobre todos, utilizando inclusive meios de manipulação das massas populares.

As instituições golpistas, ainda que numa crise que só se agrava, mas escoradas pelos interesses do capital financeiro, em uníssono, deixam a nação e sua maioria oprimida cada vez mais desprotegidas contra a rapinagem da especulação financeira que em todo mundo empurra a humanidade à barbárie.

Em sete meses começam a derreter não apenas as conquistas dos últimos 13 anos, mas de décadas!

E eles não vão parar. E para ir até o fim na pilhagem precisam varrer do cenário as organizações dos trabalhadores, tirar qualquer ponto de apoio para a resistência que, em difíceis condições, se mantém.

É a esse fim que serve a perseguição ao PT, primeiro com a Ação Penal 470 e agora com a Operação Lava Jato e seu cerco contra Lula, visando aniquilar o PT e desmoralizar os trabalhadores.

Sem destruir o PT, e avançar sobre todas as organizações sindicais e populares, os golpistas sabem que terão que enfrentar a resistência dos que querem defender seus direitos, empregos, serviços públicos e a nação.

É necessário reverter esta marcha ao caos! E, nessa luta, reconstruir o PT, que em grave crise, todavia não está destruído.

Não há tarefa mais urgente que a luta pelo Fora Temer!

O PT está chamado a superar os erros que o desnaturaram, que o fragilizaram na luta dos trabalhadores e que abriram o flanco para o avanço do golpe e assumir sua responsabilidade.

É possível barrar os ataques:  Fora Temer, Nenhum Direito a Menos, o PT está chamado a engajar todo apoio à preparação da greve geral proposta pela CUT.

É preciso deter a marcha destruidora e avançar na luta para livrar o país dessas instituições corruptas e golpistas: Constituinte pelas reformas populares, começando pela reforma política que destrave as mudanças, como as reformas agrária, tributária, e todas as reformas que a nação precisa para conquistar sua soberania, livrando-se da espoliação imperialista.

Na luta para defender a nação e os trabalhadores, é urgente livrar o PT da adaptação às instituições que o levou às alianças para uma política de conciliação, com os partidos que comandaram o golpe. Política que ainda sobrevive no partido que participa em 1676 municípios de prefeituras, na maioria com PMDB, PSD, PP, PSDB e DEM!

Na luta pela reconstrução do PT, é preciso acabar com PED, que trouxe para dentro do partido os piores vícios do atual sistema político e anulou a força da militância que é preciso recuperar.

É nessa via que com o Diálogo e Ação Petista nos engajamos nas lutas e no processo de preparação do 6º Congresso do PT, propondo chapas de Unidade pela Reconstrução do PT.

É com esse compromisso que a Corrente O Trabalho, convicta da capacidade dos trabalhadores, através de suas organizações, de se defender e levantar a força para uma contraofensiva, dirige-se a todos que combatem ao nosso lado, aos leitores do nosso jornal, para que nos ajudem a manter nossa independência financeira, adquirindo o calendário 2017.

Em 2017, quando se comemora os 100 anos Revolução Russa, vamos derrotar os golpistas, reconstruir o PT e assim avançar na luta pela emancipação dos trabalhadores, que será obra dos próprios trabalhadores.

16 de dezembro de 2016

Comissão Executiva da Corrente O Trabalho do PT


A primeira edição do jornal O Trabalho de 2017 será publicada em 12 de janeiro.

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