Manifestações no Peru

A pandemia do coronavírus colocou a nu todas as carências da saúde pública e a incapacidade dos governos capitalistas de defenderem a vida, o trabalho e os direitos democráticos. Em muitos países, como nos Estados Unidos, milhões de empregos são destruídos. O capitalismo apodrecido continua empurrando a humanidade à barbárie.

No Peru, o governo de Martin Vizcarra continua sua política de submissão ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Paga a dívida externa, acaba de privatizar a estatal de energia elétrica Luz del Sur, avança para privatizar a gestão das aposentadorias, concede US$ 17 bilhões para “salvar empresas privadas” e ao mesmo tempo edita um decreto que leva à demissão de um milhão de trabalhadores.

Para impor essas medidas, Vizcarra tenta utilizar a armadilha do “acordo nacional” para integrar as organizações sindicais. Ele tenta se antecipar ao momento em que explodirá a raiva e a indignação do povo trabalhador.

Mas o descontentamento já começa a vir à superfície. Em 23 de abril e 1º de maio realizaram-se os panelaços convocados pela CGTP (Confederação Geral de Trabalhadores do Peru). E em 7 de maio ocorreu a primeira manifestação nacional de rua durante a pandemia realizada pelos trabalhadores da saúde, nas portas dos Hospitais, Centros e Postos de Saúde.

Suas reivindicações são similares às de médicos, enfermeiros, técnicos, administrativos, trabalhadores da limpeza de muitos outros países:
▪ mais verbas para a saúde pública: 6% do PIB;
▪ EPIs para todos os que necessitam;
▪ testagem pelo método molecular (mais preciso e eficiente) para todos que lutam diretamente contra a pandemia;
▪ nomeação dos concursados e estabilidade para todos os postos de trabalhadores da saúde.

Por essas mesmas reivindicações, um novo ato nacional se realizou em 20 de maio. De acordo com o Secretário Geral da federação dos trabalhadores da saúde, Arlex García, as carências nos locais de trabalho já levaram à contaminação de mais de 1.500 trabalhadores, com mais de 100 óbitos.

A luta continuará até que as autoridades deem resposta positiva às demandas dos trabalhadores.

Correspondente

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