Multiplicam-se pelo mundo manifestações de apoio a luta contra o golpe no Brasil

A campanha internacional, lançada pelo Acordo Internacional dos Trabalhadores (AcIT) em solidariedade à luta contra o golpe, continua ganhando apoio em diversos países. No Chile uma delegação pede ao governo Bachelet que não reconheça o governo golpista. Em Portugal ela prossegue envolvendo categorias de trabalhadores. Também na Alemanha, México, por iniciativa de aderentes do AcIT, amplia-se no interior das organizações operárias os posicionamentos contra o golpe.

CHILE

Em 19 de maio, uma delegação de sindicalistas, dirigentes da Confederação Bancária do Chile, foi ao Palácio de La Moneda (sede do governo chileno), onde entregou uma carta ao governo de Michellet  Bachelet, uma carta na qual se solidarizam “com a democracia no Brasil, ameaçada pelo processo de impeachment contra a Presidente Dilma”, rechaçam com “força a legitimidade do governo do Sr Temer” se dirigem a Bachelet para que “o governo chileno não o reconheça , de igual maneira como já tem feito distintos governos de países irmãos da região”.

ALEMANHA

Em resolução os delegados da Conferência Sindical da GEW (Sindicato da Educação e Ciência), tomam posição e informam à CUT: “Nós, sindicalistas e delegados à conferência sindical da GEW, ocorrida nos dias 21, 22 e 23 de abril de 2016 na Renânia do Norte – Vestefália, transmitimos à CUT nossas saudações solidárias e a garantia de nossa solidariedade no combate para barrar o golpe de Estado contra a presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Ficamos alarmados ao saber que no dia 17 de abril de 2016 uma maioria de 2/3 da Câmara Federal brasileira decidiu por abrir o processo de revogação do mandato da presidente do país, do PT (…).

Em carta ao PT e à CUT, sindicalistas das Comissões operárias do SPD (Partido Socialdemocrata da Alemanha), que tomaram conhecimento do apelo da CUT, divulgado na campanha do AcIT, se posicionam:  “‘Na realidade, a camarilha corrupta usa um instrumento democrático para chegar ao poder sem um mandato confiado pelos eleitores. Por isso, trata-se de um ataque vergonhoso contra a Constituição e contra a soberania do povo’, escreve o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, em 20 de abril. (…). Nós, companheiros das comissões de operários do SPD (AfA) e sindicalistas, declaramos: afirmamos resolutamente a nossa solidariedade com o povo do Brasil, a população trabalhadora e os jovens que têm ganhado as ruas em todo o país com seus sindicatos e organizações políticas em manifestações crescentes contra o golpe. ”

MÉXICO

Membros da Coordenação Nacional dos Trabalhadores da Educação, corrente do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação (SNTE-CNTE), enviaram à CUT, com cópia ao embaixador do Brasil no México, Enio Cardeiro, a seguinte mensagem: “inteirados de que em sua reunião de 26 de abril em São Paulo, Brasil, vocês reiteram seu ‘rechaço ao golpe político no país’ e informados de que em 10 de maio ‘constroem a paralisação nacional’ para dizer energicamente ‘não ao golpe político contra a presidenta Dilma Rousseff!’, cujo objetivo é, como vocês dizem, ‘submeter o país aos interesses do imperialismo e das empresas multinacionais’.

Nós recordamos que o intento do golpe no Brasil faz parte da continuidade dos golpes de Estado contra os governos legitimamente eleitos em Honduras e Paraguai, bem como os ataques atuais contra os governos que têm resistido ao imperialismo, como na Venezuela. Nos solidarizamos com a paralisação nacional das atividades que ocorrerá em 10 de maio, junto com outras muitas organizações de trabalhadores, camponeses e jovens brasileiros”. A mensagem é assinada por dezenas de dirigentes nacionais e de várias seções do sindicato.

PORTUGAL

Uma moção apresentada ao 12º Congresso dos Professores e Educadores Portugueses, afirma que: “a tentativa de destituir a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, montando um ‘impeachment’ sem crime de responsabilidade, constitui um verdadeiro golpe de Estado”

A convite de aderentes do AcIT, o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Paulo Zocchi, participou no dia 2 de maio de uma atividade no Sport Operário Marinhense (Clube recreativo com grandes tradições na cidade da Marinha Grande). No dia 3, em outra atividade  em Lisboa, na Associação 25 de Abril (de que são membros muitos dos chamados “capitães de Abril” que desencadearam o movimento que derrubou a ditadura fascista, em 1974). As duas atividades serviram para ampliar a solidariedade dos trabalhadores portugueses contra o golpe no Brasil.

originalmente publicado na edição nº 786 de 19 de maio do jornal O TRABALHO.

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