O PT não tem o direito de errar

Urge assumir, nos fatos, o que o 6º Congresso decidiu

Um parlamento desacreditado, dominado pelas oligarquias que servem aos interesses da reação.

Um executivo golpista em crise, cuja “base aliada” cobra cada vez mais caro a sua sustentação.

Um judiciário instrumentalizado pela ofensiva contra o povo e suas organizações, a começar pela perseguição a Lula e ao PT.

São os três podres poderes do Estado, submisso ao imperialismo, apelidado “mercado”.

Aí vem a investida do capital financeiro, hoje concentrada na Venezuela e contando com os golpistas.

Mas aqui, como na Venezuela, a classe trabalhadora ainda não foi abatida, mesmo se a situação é difícil. “Não vamos esmorecer”, disse um sindicalista da Ford, diante das demissões na multinacional. “Vamos lutar contra a privatização da Petrobrás”, decidiu o Congresso da Federação Única dos Petroleiros (FUP-CUT). Os servidores federais se mostram dispostos a irem à greve contra os novos ataques anunciados pelo governo. A CUT reafirma a luta pela revogação da contrarreforma trabalhista e para derrotar a contrarreforma da Previdência. No campo, onde aumenta a violência do latifúndio, os camponeses não jogaram a toalha.

É a esses trabalhadores e oprimidos da cidade e do campo, é aos jovens que não cessaram sua luta, primeiro contra o golpe e agora contra a política golpista, que o PT deve se pronunciar.

É com eles que PT poderá contar – se levar a sério no programa e nas alianças – a segunda chance que o povo lhe dá, após as duas derrotas de 2016, no impeachment e nas eleições, agora que as pesquisas o colocam isolado à frente, tanto na preferência partidária como com Lula no topo da intenção de voto.

Nada mais urgente do que o PT assumir nos fatos o que seu 6º Congresso decidiu.

Se o PT não se apresenta como a saída para aglutinar a resistência, o golpista Temer continua, aos trancos e barrancos, avançando a destruição dos direitos e garantias sociais e nacionais.

O tempo urge e a situação mudou. A tolerância com o PT – num governo compartilhado de conciliação, por exemplo – isso não existe neste momento, a luta de classe, nua e crua, não o permite. Pois para o imperialismo em crise, e seus ventríloquos locais, a única política é terra arrasada para sangrar a nação.

Para o povo trabalhador, é a resistência para sobreviver com dignidade.

O 6º Congresso do PT apontou uma perspectiva: para reverter o assalto à nação, para avançar nas mudanças estruturais no país secularmente subjugado pelo imperialismo, é preciso reformar as atuais instituições apodrecidas. É preciso, diz o 6º Congresso, uma Assembleia Constituinte Soberana, e isso só um governo encabeçado pelo PT, com Lula Presidente, é quem pode promover. Não há outra alternativa palpável.

Toda esta discussão se abre, de fato, se não de direito (devido à “lei eleitoral”), com a Caravana que Lula inicia estes dias no Nordeste.

E é para isso que nos engajamos, com o Diálogo e Ação Petista e todos que apoiam a Reconstrução do PT desde o 6º Congresso, agora na preparação do Encontro Nacional do DAP, em 7 e 8 de outubro.

Reconstruir o PT, corrigir os erros na prática, é o que as Resoluções do 6º Congresso permitem.

O bom resultado do PT na eleição suplementar ao governo do Amazonas, com candidatura própria – pela 1ª vez desde 2002 – sem aliança de conciliação, está aí para mostrar que o necessário não é fácil mas, sim, é possível.

Das Resoluções à ação!

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