“Parem de matar nossos filhos”

No último dia 4 de julho, aconteceu na Cidade Tiradentes, periferia da Zona Leste da capital paulista, um ato contra o genocídio da população negra, exigindo o fim da violência policial e o acesso a saúde na região onde se concentra um número alto de vítimas da Covid-19.

O ato “Vidas Negras Importam” reuniu centenas de jovens que seguiram em caminhada por diversos pontos do bairro, entre eles o Hospital da Cidade Tiradentes. O ato foi organizado por mais de 15 coletivos da periferia depois que três jovens negros foram assinados no bairro durante a pandemia.

Um dos cartazes levado por um manifestante falava que, no Brasil, a Polícia Militar mata um jovem negro a cada 23 minutos; uma das mães gritava “parem de matar nossos filhos”.

Recorde de mortes
O número de mortos pela PM de São Paulo bate recorde. De acordo com dados oficiais do governo paulista no primeiro semestre de 2020, um negro foi morto a cada 16 horas no estado. Das 218 pessoas mortas pela polícia, 203 tinha informação da cor da pele no boletim de ocorrência, e segundo os dados 129 vítimas eram pretas ou pardas. O número total de mortos pela PM entre janeiro e maio deste ano chegou a 442, um recorde. No mesmo período diversas modalidades de crime caíram em todo o estado. Isso mostra que o caso do jovem Guilherme de 15 anos morto por um PM na Vila Clara Zona Sul de São Paulo e tantos outros não são casos isolados e sim uma política do governador João Doria que após ser eleito disse que ‘a partir de 1º de janeiro a polícia vai atirar para matar’.

João Santana

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