Plebiscito Popular pela Constituinte é um marco na situação política

Os milhões que votaram SIM mostram o caminho para as mudanças necessárias

A semana de 1 a 7 de setembro de 2014, pode-se afirmar, já é um marco histórico na luta do povo trabalhador e da juventude brasileira. Sim, pois contra obstáculos de todo o tipo, desde a proibição do governador Alckmin de fazer a votação em escolas estaduais de São Paulo, passando pelo boicote da grande mídia, até a posição contrária ao Plebiscito Popular de certas forças de esquerda (como PSTU e PCO), dezenas de milhares de militantes e ativistas organizaram as urnas e colheram o voto de milhões em todo o país.

Em 10 de setembro uma Carta de O Trabalho se congratulava os jovens e trabalhadores que fizeram o Plebiscito. Nela podia-se ler: “Em meio às eleições de 2014, os milhões do Plebiscito reatam com as manifestações de rua de junho de 2013, inclusive com a participação de jovens, expressam um passo amadurecido na busca revolucionária de uma saída para as massas populares, através do estabelecimento da soberania popular sobre as apodrecidas instituições do Estado brasileiro. (…) Os milhões esperam, agora, sobretudo de Dilma – que disse ‘não se pronunciar como presidente, mas como cidadã apoia o Plebiscito Popular’ – que assuma plenamente sua responsabilidade como candidata do PT: Dilma, não hesite, assuma o resultado do Plebiscito Popular, encabece a luta pela Constituinte!”.

A pressão que veio de baixo

Dilma apoiou o Plebiscito, mesmo sem ter votado, mas lideranças e candidatos do PT a governos estaduais, como Lula, Olívio, Tarso Genro (RS), Lindbergh (RJ), Agnelo (DF), Lúdio (MT) e muitos outros votaram e deram declarações públicas de apoio à Constituinte para a reforma política. Isso sem falar em candidatos a deputados pelo PT em todo o país.

Houve também votos, como o de Marina Silva, que não foram acompanhados de qualquer declaração ou posicionamento. Teria ela votada Sim, Não, branco ou nulo? Nunca se saberá!

Mas, o mais importante foram os milhões de votos recolhidos por sindicatos, organizações populares, entidades estudantis – apesar da total falta de empenho da atual direção da UNE, controlada pela União da Juventude Socialista (UJS) – pastorais da Igreja. Tudo isso foi fruto de um intenso trabalho de agitação e diálogo com a população.

O fato é que essa pressão que veio de baixo obrigou muitos figurões e figuronas a participar do Plebiscito Popular. Só a grande mídia, controlada por meia dúzia de potentados, não viu o Plebiscito passar. Ergueram um interessado muro de silêncio ao seu redor.

E será essa mesma pressão que poderá arrancar um plebiscito oficial com o mesmo formato e deixar que o povo decida por uma Constituinte para  fazer a reforma política com representantes eleitos sem financiamento de empresas, com proporcionalidade real para uma assembleia unicameral, exclusiva e soberana!

É hora de preparar a entrega em Brasília

Enquanto prossegue a apuração dos votos, a Secretaria operativa nacional do Plebiscito Popular Constituinte já está orientando a organização de delegações dos estados para ir a Brasília entre 13 e 15 de outubro, portanto entre o 1o e 2º turnos das eleições presidenciais.

Nesse período está prevista a realização da 5a Plenária nacional da campanha do Plebiscito pela Constituinte que vai discutir os próximos passos da luta, Prevista também a entrega dos resultados finais do Plebiscito à presidente Dilma Roussef, ao presidente do Congresso nacional e do Supremo Tribunal Federal. Audiências com esse objetivo estão sendo solicitadas para o dia 14 de outubro.

Vamos fazer valer a vontade de milhões de brasileiros e de brasileiras para que se convoque uma Constituinte para fazer a reforma política!

A hora é agora!

Julio Turra

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