PT: 34 anos, quais são os desafios?

Abrir caminho para uma rota de mudanças

O ano já começou.  Foi-se o tempo em que do Natal ao Carnaval era calmaria política.

Este ano, vemos a calorosa onda de pressões do imperialismo acuar o governo para levá-lo a novas e maiores concess›es, enquanto trata de “arrumar” um cenário eleitoral, pois hoje seus carregadores de mala não tem chance.
Por isso, junto continua a ofensiva contra o Partido dos Trabalhadores. A Ação Penal 470 não era uma página a ser virada. Querem fazê-la uma novela sem fim. Parece que Lula, finalmente, resolveu falar algo a respeito.

Na véspera do 34º aniversário do PT, um exaltado editorial da grande imprensa investiu contra “a esqualidez moral do partido do mensalão, vergonhosa e constrangedora” (O Estado de S.Paulo 09.02.14).

Quem está “constrangido” com o PT?

Certamente no os milhões retirados do desemprego, ou que tiveram os salários um pouco melhorados, depois que o PT chegou ao governo, principalmente os que vivem do salário mínimo (que cresceu quase 80% em termos reais).
“Constrangida” está a classe dominante, impaciente para retomar o controle direto dos neg”cios de Estado, sendo com Aécio, do PSDB, então com Eduardo-Marina, do PSB.

Tão “socialistas” estes, como “social-democrata” aquele!

Eles estão a serviço dos impacientes que querem realizar o programa do FMI e do grande patronato: atacar “a rigidez do mercado de trabalho” e aderir ˆ “Aliança do Pacífico” com os tratados de livre-comércio com os EUA.

Eles “são farinha do mesmo saco”, disse com razão o presidente do PT, Rui Falcão, no ato do 34º aniversário do PT. Embora Eduardo fosse seu “aliado” at outro dia, enfim, Rui, antes tarde do que nunca. E lembremos, tem mais “farinha” nesse saco, o PMDB não é melhor.
Mudança com Dilma

Os leitores conhecem nossas divergências com a cœpula do PT. Também os filiados que acabaram de ampliar nossos mandatos no partido. Numa palavra, as mudanas, as reformas de fundo não foram feitas, e a adaptação do PT ao Estado ameaça desfigurá-lo antes de chegar lá, sob o comando do atual grupo dirigente.

Agora, a vontade dos eleitores e da teimosa base social petista, está aí para ser entendida.

As pesquisas mostram: querem mudanças, e a maioria mudancista vota Dilma. Não acredita em outros, pensa que pode fazer as mudanças com ela; na maioria, porque boa parte, um terço, não acredita em ninguém.

O que fazer nesta situação perigosa? O que, senão abrir na campanha da reeleição de Dilma, o caminho seguro da rota das mudanças?

E que instrumento, senão o Plebiscito Popular da Constituinte Exclusiva e Soberana para fazer a reforma política, em 7 de setembro, pode ajudar a mobilizar ampla de milhões para impor esta agenda?

Sim, impor, porque com esse Congresso não dá! O PMDB que controla o Congresso bloqueia a reforma política.

Está na ordem do dia a reeleição de Dilma para convocar a Constituinte e abrir uma saída às reformas, travadas como a reforma agrária, a desmilitarização das PMs, a reestatização e o fim do superávit primário.

Markus Sokol

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