Sobe a temperatura

O povo, sem emprego, salários em queda, e cada vez com menos serviços públicos, arde na infernal situação aberta no Brasil em 2016 e que se acelera vertiginosamente com a instalação do governo Bolsonaro, produto do golpe.

A gangue conduzida ao Planalto, pela “refinada” burguesia tupiniquim sob os auspícios do capital financeiro, nervosa com a perda de apoio de Jair, se mexe para se preservar e avança cada vez mais na via de um bonapartismo acima de tudo e de todos.

Segundo matéria publicada no Estadão (16/9), guiados pelo desqualificado guru desde a Virgínia nos EUA, a gangue mexe-se para criar um cadastro da militância bolsonarista, para defender Bolsonaro, um passo para organizar milícias dispostas a quebrar, literalmente, a resistência a um governo cada vez mais descreditado.

Resistência expressa, por exemplo, na recente greve dos trabalhadores dos Correios, na constituição de uma frente de defesa da soberania contra as privatizações ou nas universidades contra o desmonte das instituições federais de ensino, o Future-se.

Resistência que se expressa também na fracassada ofensiva para varrer o PT do mapa, partido que insiste em continuar vivo, não sem problemas, como atesta a recente entrevista do governador da Bahia à Veja, Rui Costa. Ali ele se apresenta como alternativa para 2022 dizendo, inclusive, que a luta por Lula Livre não deve condicionar alianças!

Cresce a rejeição ao governo, por isso setores da burguesia, cúmplices de sua fraudulenta eleição, começam a cantar como sereias. Pressões para frentes amplas onde cabe tudo, menos os direitos do povo e a defesa da democracia, digna deste nome.

Sobe a pressão para comprometer o PT e colocar a luta do povo no cabresto, como o recém lançado Fórum pela Democracia, Direitos Já. Sobre o qual vale registrar neste editorial a opinião de Lula: “Não dá para construir frente ampla para defender direitos com quem tirou diretos, com quem fez o impeachment. Eu acho que o PT não tinha que participar mesmo. Eu pedi para Gleisi ir para fazer uma afronta. Perguntar: de que direitos estamos falando? Com Serra que entregou a Petrobras para a Chevron, que quer quebrar a lei da partilha, que é o autor da EC 95?” (Entrevista à revista Fórum).

Lula tem razão! O PT não pode se enredar em articulações com partidos e setores que representam os mesmos interesses econômicos e políticos que levaram Bolsonaro à presidência. E isto vale para tudo! Vale aqui e agora na defesa da soberania, direitos e democracia, cuja motor é a luta pelo fim do governo Bolsonaro e por Lula Livre. Vale também para as alianças nas eleições de 2020.

Vale para o PT se afirmar como o partido capaz de encabeçar um governo que reconstrua
o que foi destruído e faça o que deixou de fazer em 13 anos de governo, livrando-se da ilusão de que é possível conciliar interesses inconciliáveis ou construir uma nação soberana com as instituições que patrocinaram o golpe e a eleição de Bolsonaro. Esta é a discussão central do 7º Congresso do PT. A primeira etapa, a votação de 8 de setembro, mostrou que as propostas da chapa nacional do Diálogo e Ação foram bem acolhidas pela militância. O DAP prossegue agora o combate nos Congressos estaduais para ampliar o apoio e chegar ao nacional com mais força para ajudar o PT na luta por abreviar o sofrimento do povo trabalhador.

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