Lula nos atos Fora Bolsonaro, um debate

É uma discussão que existe entre petistas e na opinião pública – Lula deve ir ou não aos atos da campanha “Fora Bolsonaro”? O próprio Lula se mostra em dúvida.

A manifestação do último dia 2 de outubro na avenida Paulista foi anunciada como um “ato nacional”, especialmente o palanque. Então, embaixo, na avenida, havia uma expectativa natural a respeito de Lula. Quando Ciro Gomes foi vaiado, se ouviu muito “olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”. O Diálogo e Ação Petista, no seu panfleto distribuído no dia dizia “queremos a presença de Lula, a maior liderança popular deste país, nas ruas, liderando as manifestações”.

Uma senhora, militante do movimento popular, comentou “ah, mas ele pode ser alvo de um atentado se vier”. O senhor ao lado retrucou que “aqui acho que se protege, mas não é isso o que ele diz”. A senhora, então, questiona “e o que ele diz?”. “Disseram na reunião da Frente”, responde, “que para ele depende de vir também um outro ex-presidente da República, para não caracterizar”. A senhora “aí então já não sei”.

Noutro canto da avenida, um trabalhador, servidor público, argumentou: “certo, mas se ele vier, sabe como é, eles são capazes até de cassar a candidatura dele depois”. Mas um outro contestou, “não penso assim; e você acha que se ele ficar comportadinho até a véspera da eleição vai pegar eles de surpresa?”.

“Toda força na guerra”
Um simpatizante, eleitor firme de Lula, comentou e sorriu: “é que ele sabe, o PT não quer muito ter impeachment para ganhar o ano que vem, então vai vir pra quê?”. Sério, o amigo ao lado discordou: “isso é o que o MBL e a Folha espalham para se justificar, o fato é que se não tiver uma guerra contra Bolsonaro, aí é que arma um golpe pra eleição, e pra essa guerra interessa o Lula vir com toda força”.

Depois do ato, um rapaz do PSOL questionou: “mesmo anunciando Lula é improvável que viessem milhões, o PT já não tem a mesma força”. “Mas nós”, replicou um amigo, “não fomos lá aquecer a oposição para a eleição, por isso precisamos da principal liderança junto, para derrubar Bolsonaro – ou você já dispensou o Lula pelo Boulos pra chegar nos milhões?”.

Dias depois, numa coletiva de imprensa, perguntaram a Lula se irá no ato anunciado para o dia 15 de novembro. Ele usou vários argumentos diferentes, contra e a favor, para resumir assim: “Eu não sei se eu vou no dia 15. Vai depender das circunstâncias e do momento” (El País, 8/10).

O novo e mais importante argumento de Lula é que estando “na frente em todas as pesquisas, quando eu subir no caminhão é para não descer mais, vou voltar a andar pelo Brasil”. É o que este jornal considera o caminho mais adequado para enfrentar o desastre da destruição nacional que nos ameaça daqui até 2023 – Fora Bolsonaro, quanto antes melhor!

J.A.L.

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