A Editora Nova Palavra está lançando o livro Ciência e Revolução Social, uma coletânea de textos clássicos que discutem o papel da ciência na sociedade burguesa, seu lugar no desenvolvimento do modo de produção capitalista, sua capacidade ou não de, por si só, resolver as contradições sociais.
Recentemente, em função da pandemia do coronavírus, a ideia da ciência como divisor de águas na sociedade, opondo negacionistas aos que “seguem a ciência”, voltou a ser vendida pela burguesia e sua imprensa, na tentativa de construir um consenso que capturasse as organizações operárias e populares para uma plataforma comum de medidas para combater a peste. Mas seria mesmo razoável um consenso nacional em torno da ciência?
É esta questão que Ciência e Revolução Social põe em tela.
A ideia da ciência como uma força autônoma, desligada das transformações sociais forjadas na luta de classes, isto é, da ciência como um imperativo absoluto, motor da história, tem uma trajetória no debate do movimento operário.
É desse tema que trata o dirigente trotskista Gérard Bloch em seu texto Ciência, Luta de Classes e Revolução, do qual Ciência e Revolução Social reproduz, em nova tradução, largos extratos.
O prefácio de Engels a sua obra Dialética da Natureza, incluído em Ciência e Revolução Social demonstra que a emergência dessa forma específica de conhecimento é uma determinação das transformações profundas operadas na sociedade europeia pela revolução burguesa.
Trotsky aborda o problema do ângulo da defesa da ciência no quadro da decadência geral da sociedade burguesa. Este volume inclui seu artigo, “Materialismo Dialético e Ciência”, no qual o fundador da 4ª Internacional desenvolve seu argumento tanto sobre a continuidade da herança científica e cultural quanto acerca da necessidade da revolução proletária e da edificação do socialismo como condição da plena liberdade científica.
A coletânea traz ainda o clássico texto de Anton Pannekoek, “Marxismo e Darwinismo”, no qual o astrônomo e militante holandês discute as complementaridades e as distinções entre a obra de Marx e a de Darwin.
Ciência e Revolução Social inclui uma Introdução de José Eudes Baima Bezerra (A Ciência nos salvará?), e se completa com o artigo de Everaldo de Oliveira Andrade, “As Ciências e a Luta da Classe Trabalhadora”, que nos atualiza acerca da condição da produção científica no Brasil nos anos recentes.
Peça o seu com os militantes da Corrente O Trabalho.