Trump anunciou que os EUA irão começar a enviar tropas para a América Latina. A desculpa seria uma “ofensiva contra cartéis de drogas”, que envolveriam incursões por terra, mar e ar, com patrulhamentos e interceptações. Segundo o jornal The New York Times os principais alvos seriam o México, a Colômbia e a Venezuela. Tropas das forças aéreas e navais foram despachadas pelo Departamento de Defesa americano para o sul do Mar do Caribe. A presidente Claudia Sheinbaum já afirmou que não permitirá ações dos EUA em solo mexicano.
É mais uma escalada.
No Brasil, o tarifaço começou a valer dia 6/8 e continuam as chantagens pela anistia dos bolsonaristas golpistas. A ingerência imperialista contra o Brasil e o governo Lula é uma agressão sem precedentes. Tarifaço, que é uma política de pilhagem, aqui com justificativa política: livrar a cara de Bolsonaro e seus comparsas.
Agora o governo americano anunciou a revogação dos vistos de dois funcionários brasileiros ligados à contratação de médicos cubanos pelo programa “Mais Médicos” e da família do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
As ações de Trump configuram ataque à soberania nacional, mas vitimam, em primeiro lugar, o povo trabalhador. Já há notícias de empresas dando férias coletivas aos funcionários, e várias demissões, como é o caso dos setores madeireiro, calçadista, metalúrgico e pesqueiro.
Nenhuma demissão
por taxação!
No dia 13/8, o presidente Lula anunciou um pacote, a Medida Provisória “Brasil Soberano” para enfrentar os efeitos do tarifaço. A MP garante crédito e benefícios fiscais a empresas afetadas, e cria uma Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego, tripartite – governo, patrões e centrais sindicais (ver pág. 9). O acesso ao crédito estaria condicionado à manutenção de empregos, mas não há no pacote nenhuma norma específica que interdite demissões. Ao contrário, prevê casos de empresas que “não tem condições”, com direito a “contrapartidas”.
Nessa situação é preciso medidas concretas, como a reciprocidade na taxação de produtos dos EUA, a taxação das bigtechs e das remessas de lucros das multinacionais americanas. Mas, principalmente, criar mecanismos legais de garantia real dos empregos, assim como dos salários e direitos ameaçados. Mecanismos para proteger a classe trabalhadora.
Há, em vários cantos do mundo, resistência dos povos a políticas do imperialismo. Aos ataques das burguesias contra os trabalhadores.
Das massivas manifestações de rua pela causa palestina – inclusive dentro de Israel – aos portuários da Itália que, mais uma vez, impedem o embarque de armas a Israel. Das manifestações no coração do império, os EUA, que também colocam a causa dos imigrantes, dos direitos trabalhistas e da democracia na ordem do dia. Até a América Latina, no México, na Colômbia, no Brasil, contra as ingerências do governo estadunidense. No Brasil já houve atos contra Trump em 10 de julho, e estão sendo convocadas mobilizações para 7 setembro, Dia da Independência, com o mote “Quem manda no brasil é o povo brasileiro”. A resistência certamente não virá da covarde burguesia nacional, capacha dos EUA e anti-nação. É das ruas que virá a força para derrotar Trump e sua política. É nas ruas que é preciso que o governo Lula, o PT, a CUT e as organizações populares invistam!