Plano Levy: o caminho para o Desastre
Há uma semana da paralisação nacional convocada pela CUT e outras centrais “contra a terceirização, as Medidas Provisórias 664 e 665 e o ajuste fiscal”, é hora de ouvir os trabalhadores, antes que seja tarde.
As Medidas Provisórias integram o plano de ajuste do ministro Joaquim Levy – voz e mão forte dos banqueiros dentro do governo – para cumprir a meta do superávit fiscal primário, exigência dos especuladores atendida por Levy – que já provoca o retrocesso contra o qual Dilma do PT foi reeleita.
O desemprego chega aos lares das famílias trabalhadoras. A taxa de desemprego atingiu 7,9% no primeiro trimestre (conforme o PNAD-IBGE). As montadoras preparam novas demissões. No ABC Paulista, a Volks já havia colocado oito mil trabalhadores em férias coletivas e a Mercedes-Benz acaba de dar férias para sete mil, anunciando a demissão de 500 trabalhadores dos 1750 que a empresa diz serem excedentes. Os salários se comprimem.
Sem dinheiro para pagar a conta de luz, universidades suspendem aulas e projetos.
Estados e municípios, com o torniquete apertado, enfrentam greves de professores e faltam recursos para atender serviços de assistência social.
Uma situação já grave e que vai piorar com o corte de orçamento em discussão no governo federal. O ministro Levy explica que o ajuste é uma sinalização aos investidores. Para o capital especulativo que quer promover a pilhagem da nação e dos trabalhadores. É uma sinalização de que, aqui, encontrarão um porto seguro.
Recente relatório do FMI elogia a política econômica, mas diz que as medidas “são insuficientes” e que é preciso atacar mais fundo. É o caminho para o desastre, que só começa, e contra o qual os trabalhadores resistem.
Dilma e a direção do Partido dos Trabalhadores podem reverter essa situação, antes que seja tarde. Quanto mais cedem às pressões dos especuladores, mais as forças reacionárias, dentro e fora do governo, avançam e mais cresce a crise do PT.
É nesse cenário, por exemplo, que o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), acelera a votação da contrarreforma política para distorcer ainda mais a representação da maioria do povo trabalhador.
A resistência encabeçada pela CUT indica o caminho a seguir. A paralisação do dia 29 de maio é parte de um calendário de lutas que, desde março, mobiliza a base social que reelegeu Dilma contra as medidas adotadas por seu governo, um verdadeiro “passa moleque” frente a um esforço que mobilizou esses mesmos setores para derrotar o PSDB.
Dilma precisa ouvir o recado: os trabalhadores não aceitam pagar o preço da crise dos capitalistas.
Antes que seja tarde, o PT precisa conectar-se com sua base social que luta contra o ajuste fiscal ao qual a cúpula partidária diz amém. Essa contradição está na raiz da crise que vive o partido. Dez deputados da bancada petista não votaram as MPs do ajuste contra os trabalhadores
Ao não lutar para Dilma aplicar o mandato popular recebido, a cúpula deixa o partido mais vulnerável à ofensiva da burguesia que visa “extinguir” o PT. Não será em confabulações com Renan e o PMDB que o PT encontrará a saída para a crise que o corrói. Reatar com a base social que luta pelos compromissos que o PT assumiu com a maioria explorada é o caminho para defender o partido contra os que querem sua extinção.
Todos ao dia 29 em defesa dos direitos, abaixo o Plano Levy!