Após oito anos, CPERS se refilia à CUT

Centro de Professores do Rio Grande do Sul (CPERS) é o segundo maior sindicato da América Latina

Em assembleia ocorrida em 14 de julho, professores e funcionários de escolas estaduais no Rio Grande do Sul decidiram refiliar o CPERS à CUT. 

Duas votações foram feitas, ambas em urnas. A primeira questão: o sindicato deveria se filiar? 492 responderam que sim, 264 não, com 11 abstenções. A segunda era a qual central: 462 votos pela filiação à CUT e 92 à Conlutas, com 182 abstenções, 16 nulos e 1 branco. CTB e Intersindical não defenderam votos em suas entidades.

O sindicato que reúne 80 mil servidores se desfiliou em 2015, após quase 19 anos nas fileiras da CUT. A desfiliação, animada pela Conlutas e setores da direita, embalada pelo antipetismo e pela frustração e choques com os governos do PT (Dilma à época) levou a categoria a se afastar da central.

Em 2023, a refiliação se deu sob uma conjuntura difícil para os educadores. 

O governo Eduardo Leite (PSDB) tem atacado duramente conquistas históricas da categoria como o plano de carreira que foi desfigurado e paulatinamente tem transformado o piso nacional dos professores em teto. Servidores aposentados tiveram seus salários reduzidos com a aplicação da reforma da previdência de Bolsonaro, aprovada no RS pela Assembleia Legislativa com votos do PDT e PSB. As funções dos funcionários de escola, que sofrem com miseráveis salários congelados, tem sido terceirizadas, e a falta de concursos públicos tem aumentado ainda mais a proporção de professores temporários com contratos precarizados. Poucos dias antes da assembleia, outro duro golpe: o aumento da contribuição para manutenção do plano de saúde (IPE).

No debate, a necessidade da organização unitária dos educadores com os demais trabalhadores do setor público e privado prevaleceu, não sem resistência daqueles que se opuseram à refiliação dizendo que “a unidade se dava no Fórum das Centrais”, lugar onde os chefes acertam as pautas por cima, acomodando posições distintas e freando a independência e a construção da CUT.

Marcelo Carlini

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