Mesmo no terreno deformado das eleições – que não reflete a dinâmica real da luta de classes – a resistência à política do imperialismo dos EUA e seus agentes locais, expressou-se na eleição em 1° turno de Alberto Fernández na Argentina e de Evo Morales na Bolívia.
Já no Uruguai, haverá 2º turno em 24 de novembro, opondo Daniel Martinez da Frente Ampla (40,66% dos votos) e o direitista Lacalle (29,68%). Os outros dois candidatos de direita somaram cerca de 20% dos votos, o que anuncia uma disputa renhida. No plebiscito ocorrido com a eleição, a proposta de endurecer a segurança pública (prisão perpétua, criação de guarda militar) foi derrotada.
Argentina e Bolívia
Na Argentina a chapa Fernández-Cristina Kirchner ganhou com 47% dos votos, contra 41% de Macri, o que indica uma polarização que seguirá, sobre o pano de fundo de alta inflação e queda brutal das condições de vida do povo.
O voto contra Macri, diante da ausência de um partido próprio da classe trabalhadora, foi canalizado para Fernández – peronista que já serviu ao governo privatista de Menem nos anos 90, aproximando-se depois de Nestor Kirchner – e sua vice, Cristina, que é quem dispõe de uma base popular e militante. De todo modo, está longe uma estabilização da situação política e econômica da Argentina. Será a luta de classes que poderá abrir uma saída para libertar o país da tutela do FMI.
Na Bolívia, Evo Morales conquistou seu quarto mandato (47% contra 36,5% de Carlos Mesa), resultado não aceito pela oposição que fez manifestações contra a “fraude” em várias cidades. Em 30 de outubro anunciou-se um acordo entre Evo e a OEA para uma auditoria nos votos.
Julio Turra