Cemig na mira da privatização

O Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG) denuncia que o governador Zema (Novo) prepara a privatização da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). O governador ainda não propôs um projeto de venda da estatal, mas encaminhou à Assembleia Legislativa um plano de adesão ao Regime Fiscal, que pode abrir brecha para a desestatização.

Os eletricitários afirmam que diversas mudanças foram implantadas pela nova gestão da Cemig. Por exemplo, em fevereiro e março deste ano, a diretoria decidiu fechar cerca de 50 bases operacionais no estado, onde trabalhavam eletricistas que realizavam atendimentos comerciais, como ligação, religação e corte, e atendimentos de urgência, relacionados ao reestabelecimento de energia elétrica.

No início do mês de setembro, a base São Gabriel, em Belo Horizonte, foi fechada, prejudicando cerca de 1 milhão de pessoas. “Para o mercado, obviamente, o governo está dando o recado da diminuição do custo da Cemig, aumentando assim o interesse da iniciativa privada e do sistema financeiro, que são os interessados em comprar a empresa”, diz Jefferson Leandro, coordenador geral do Sindieletro.

Enquanto isso, a categoria se empenha para negociar com a empresa o acordo coletivo de trabalho deste ano. Segundo Jefferson, a gestão tenta diminuir ao máximo os custos com os trabalhadores, ameaçando direitos conquistados e a organização sindical. “A gestão diz que o custo com o pessoal é um problema financeiro da empresa, mas na verdade a folha de pagamento representa cerca de 6% da receita total. No último concurso, o salário inicial para várias atividades, inclusive para eletricista, foi de R$ 1900, enquanto presidente da empresa é R$ 85 mil. Então fica enganando a população, dizendo que o trabalhador da Cemig é privilegiado”.

O professor de economia da UFMG Rafael Ribeiro completa afirmando que se trata do “processo clássico de privatização”: “Se precariza o serviço, sucateia, desinveste, fecha a torneira dos recursos e aí, na medida em que o serviço vai se degradando, coloca a população contra a empresa (site da CUT).

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