Na via da greve geral, congresso extraordinário afirma que “eleição sem Lula é fraude”
Fonte: www.cut.org.br
Em 31 de agosto, encerrava-se o Congresso nacional extraordinário da CUT – caráter dado à sua 15a Plenária desde a abertura – adotando um Plano de Lutas encabeçado pela retomada da preparação de uma greve geral – “se botar para votar (PEC da Previdência), o Brasil vai parar!” – que terá como primeiro passo um Dia Nacional de Luta, com mobilizações, paralisações e greves, em 14 de setembro, pela revogação da contrarreforma trabalhista (Lei 13.467), contra o desmanche da Previdência (PEC 287) e o pacote de privatizações do governo golpista.
O congresso, que reuniu cerca de 700 delegados de todo o país, lançou um Projeto de Lei de Iniciativa Popular com dois pontos: a revogação da “reforma” trabalhista e da lei da terceirização ilimitada, que, a partir de 7 de setembro, começará a recolher adesões nos locais de trabalho e será um instrumento de diálogo com a base de todos os sindicatos preparando assim os ânimos para uma greve geral. Foi fixada a meta de 1,5 milhão de assinaturas ainda antes da entrada em vigor da Lei 13.487 em 11 de novembro, com manifestação em Brasília para sua entrega.
Os gritos de “Fora Temer”, que marcaram a abertura e encerramento do congresso, materializaram-se em resoluções que rechaçam uma “reforma política” feita pela atual Congresso de maioria golpista, afirmando que só uma Constituinte poderá superar o apodrecimento das atuais instituições (inclusive o Judiciário), anular os ataques do governo Temer aos direitos e à soberania nacional e abrir a via para as reformas populares necessárias (agrária, urbana, tributária etc).
Contra as manobras judiciárias e políticas que visam impedir a candidatura de Lula à presidência, o congresso afirmou, unânime, que “eleição sem Lula é fraude”.
Também a defesa da Venezuela contra sanções econômicas e ameaças de intervenção militar por parte de Trump (EUA) e de governos lacaios da região, inclusive do ilegítimo governo Temer, está presente no Plano de Lutas, com a reafirmação do reconhecimento à Constituinte eleita no país vizinho e à participação da CUT no Comitê pela Paz na Venezuela criado no Brasil.
Mais à frente, abordaremos outras resoluções e o detalhamento do calendário de lutas adotado.
Arregaçar as mangas
Para se chegar a esse resultado, foi importante a contribuição dos delegados identificados com o agrupamento “Em defesa da CUT independente e de luta”, que lançaram um manifesto no congresso intitulado: “Fora Trump da América Latina!; Preparar a Greve Geral – Nenhum Direito a Menos!; Eleição sem Lula é fraude!”.
O manifesto conclui dizendo:
“A CUT, que combateu o golpe desde a sua origem, que denunciou o seu caráter de classe pró-imperialista, que organiza a resistência aos ataques que o governo Temer e seus aliados promovem contra a nação e os trabalhadores, tem toda a autoridade para liderar, a partir deste Congresso extraordinário, a preparação de uma nova Greve Geral que derrote os planos dos golpistas e devolva a palavra ao povo brasileiro! A hora é agora!”
Julio Turra