Em Foz, fascistas culpam Dilma pela presença de haitiano e passam a espancá-lo
15 de maio de 2016 às 10h45
Grupo ataca estudante haitiano em Foz do Iguaçu
Fonte: Viomundo
Getho Mondesir foi vítima de racismo e sofreu espancamento na manhã deste sábado, no centro de Foz do Iguaçu.
Às 5h25 da manhã, Getho caminhava até o ponto de moto taxi.
Seu plano era chegar à rodoviária para tomar o ônibus da 6h da manhã, com destino a Cascavel, onde passaria o final de semana com seu filho de oito meses.
O grupo de agressores estava sentado numa mesa de bar, na Avenida Brasil, no centro da cidade.
— Macaco, você só está aqui por causa da Dilma, mas agora você vai ter que voltar — foram as palavras dos agressores.
Getho não reagiu e apesar do pouco domínio da língua portuguesa, tentou iniciar um diálogo com o grupo.
A reação deles foi chama-lo de macaco repetidas vezes e partir para a série de golpes com garrafas de cerveja.
Ainda no chão, Getho continuou sofrendo agressões. Ao escapar, correu até um ponto de taxi, onde foi reconhecido por um dos taxistas.
O homem prestou os primeiros socorros, chamou a polícia e Getho foi encaminhado ao Pronto Socorro da cidade.
Assim foi interrompido o plano de final de semana do Getho Mondesir.
O estudante tem 33 anos e cursa o terceiro semestre de Administração Pública e Políticas Públicas, na UNILA – Universidade Federal da Integração Latinoamericana.
Getho chegou do Haiti no dia 2 de maio de 2013 e em 2015 foi contemplado pelo programa Pró-Haiti, da UNILA. O programa oferece bolsas de estudo para imigrantes haitianos.
Coletivo Mídia Livre