França: rejeição ao passe sanitário

Milhares nas ruas contra medida do governo Macron

No sábado, 24 de julho mais de 160.000 pessoas se manifestaram em todo o país contra o governo Macron, contra seu passe sanitário liberticida¹. Essa contagem oficial é, obviamente, amplamente subestimada. “A mobilização dos oposicionistas está se fortalecendo”, titula o Le Figaro, na segunda-feira seguinte. O jornal não pode deixar de constatar, em comparação com as manifestações da semana anterior, já substanciais, um número “em forte ascensão, e particularmente grande para um mês de julho”. E acrescenta: “A raiva era palpável, a rejeição de Emmanuel Macron era maciça”. É o mínimo que podemos dizer, como atestam os nossos correspondentes.

Em vários departamentos, sindicatos e associações também organizaram reuniões e manifestações, muitos de seus militantes participando das manifestações de sábado.

Essa raiva e essa rejeição são aumentadas pelos anúncios de Macron: além do passe sanitário, ele vai aplicar contra tudo e contra todos a sua reforma do seguro-desemprego em 1º de outubro (reduzindo os benefícios) e continua com o objetivo de aumentar a idade mínima de aposentadoria e abolir os regimes especiais. Como dizem muitos manifestantes: é o caso de se perguntar o que há de “sanitário” nisso!

Manifestantes exigem a retirada do passe
Com um discurso infantilizante e acusador o executivo aponta a população – na realidade, vítima do descuido, das mentiras do governo e de sua política contínua de destruir o hospital público – como culpada de espalhar a epidemia!

Macron fez isso novamente em 25 de julho, acusando os não vacinados de “irresponsabilidade” e de “egoísmo”. Como se a massa dos manifestantes fosse “antivacina”! A verdade, que os meios de comunicação têm cada vez mais dificuldade em disfarçar, é que não se trata de malucos, de obscurantistas: eles querem a retirada do passe sanitário, não aguentam mais a arbitrariedade deste governo a 3% (sua votação na última eleição regional, em relação aos eleitores registrados), que acumula as leis liberticidas, cada uma mais que as outras, durante anos. Um governo em crise, suspenso, mas determinado a continuar suas contrarreformas em benefício do capital financeiro.

O Le Parisien, em 26 de julho, registra: “No executivo começa a se instalar um medo: o movimento dos Coletes Amarelos, que surgiu no outono de 2018, está renascendo das cinzas? Depois do imposto sobre o carbono, o passe sanitário? (…) ‘Há um acúmulo de irritações, aponta o deputado do MoDem de Vendée, Philippe Latombe. Após uma pausa no alto verão, isso irá voltar, com certeza. O início do ano letivo será socialmente quente’”.
Correspondente

(1)Exigência de comprovação de vacina para frequentar vários lugares

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