A pandemia avança. Em Nova York empilhadeiras colocam cadáveres em caminhões frigoríficos. Em Guayaquil (Equador) há cadáveres na rua. Nove grandes hospitais da Europa alertam os governos que faltam medicamentos.
É a realidade do capitalismo brutalmente revelada pela crise sanitária. Não é um acidente.
É um sistema decadente, voltado para o lucro, não para o bem-estar dos povos que, desde a crise de 2008, corta as verbas de saúde no mundo.
Os magnatas, seus líderes políticos e “gênios” economistas, falam de gastos públicos, mínimos, mas para fazer o ajuste no lombo dos trabalhadores depois, e o sistema voltar a funcionar.
A humanidade não merece essa barbárie, os povos precisam de outra sociedade, socialista e humana. O recado ficará.
Bolsonaro, escolhido para defender os interesses dos capitalistas, age como sempre agiu, “acima de tudo”. Na pandemia, joga na confusão, ataca o que outros fazem, ministros, governadores e prefeitos – totalmente insuficiente. Há já dois longos meses e ninguém, nenhuma instituição reage à altura do genocida, só se critica.
A oposição fala que ele “deveria renunciar”. Vários falam em processos de impeachment ou de impedimento.
Mas Bolsonaro não acabou. Segue com seus generais na escalada autoritária, ameaçando com o caos social para se impor, enquanto a nação desliza para a crise sanitária.
Por isso, nada menos que o FIM do governo Bolsonaro pode atenuar, que seja, a catástrofe que se avizinha. É preciso fazer todas as exigências práticas e imediatas, e juntá-las ao FIM do governo Bolsonaro.
FIM do governo de Mourão, Braga Neto, Guedes, Moro e Mandetta, para atender essas exigências. Através de uma saída política que não virá dos golpistas de rabo-preso, como Maia, Toffoli e Dória.
Todos eles são responsáveis! Antes, pelas contrarreformas que esmagaram a Saúde. Agora, pelas MP 927 e MP 936 que individualizaram a relação de trabalho, cortaram salários e amputaram os sindicatos.
Mas encheram com bilhões os patrões, e a maior parte foi para o setor financeiro.
Eles se agitam, plantam manobras na imprensa. Sabedores de sua responsabilidade, para se proteger, tratam de atrair o PT e CUT – em nome da “gestão da crise” – para um acerto de “união” boa para eles, mas enganosa e desorientadora para o povo.
Que fazer?
Apoiar todas as formas coletivas de luta pela proteção da força de trabalho, a começar na saúde pública, mesmo que modestas. Com a crise tenderão a ser mais incisivas.
Defender os salários e renda mínima imediata para todos informais.
Defender o SUS com verbas, testes, máscaras, leitos, respiradores e materiais. O que pede a requisição de bens privados e a reconversão industrial e de serviços como o transporte, para o essencial: saúde e alimentação para salvar o povo.
Defender os sindicatos, os diretórios do PT – onde atuam os grupos de base do DAP -, as entidades populares e de juventude, que devem se esforçar para se manter ligados.
Agir nos locais de trabalho, nos meios digitais e nas janelas. Toda forma coletiva é preciosa.
São os laços que assegurarão um futuro, amanhã, para superar o flagelo do capitalismo.
O PT e Lula precisam estar à frente desta luta independente para abrir uma saída, agrupando amplos setores sociais e políticos, até engrossar e virar o jogo.