Reatar com os compromissos originais do partido
Na esteira da derrota eleitoral histórica do PT, o governo e as instituições golpistas: Judiciário e Congresso avançam contra a nação, o povo e o partido.
Enquanto a Lava Jato indicia Lula prescindindo de provas, os promotores e juízes de Curitiba comemoraram a decisão do Supremo Tribunal Federal de validar a prisão após julgamento em segunda instância que vai “aumentar as delações premiadas”.
Temer faz o Congresso Nacional apertar o passo do butim contra a nação e os direitos trabalhistas. Sob o comando de Rodrigo Maia, a Câmara começa a aprovar os projetos que saqueiam o Estado e abrem para às multinacionais petrolíferas a riqueza do Pré Sal. O Fundo Monetário Internacional aplaude seus “office boys”.
São dias difíceis, dias de luta.
Entre os milhões que se abstiveram, votaram nulo ou branco estão muitos daqueles que sob o fogo do Judiciário e da mídia e alimentados pela frustração com a política do partido no governo se desencantaram com o PT, é verdade. Foram 13 anos em que, apesar de certas conquistas, predominou o discurso de agradar a gregos e troianos, frustrando a expectativa de que o PT faria as reformas populares de fundo, bloqueadas pelas instituições herdadas (as mesmas que agora organizaram o golpe).
A bordoada final foi o ajuste fiscal do segundo mandato de Dilma que terminou de empurrar milhões a abandonarem o voto no PT.
Uma situação irreversível? Não! Mas, para revertê-la só há um caminho. É preciso reatar com os compromissos históricos do partido nascido para representar os trabalhadores. Mais do que nunca, eles precisam de sua ferramenta, de seu próprio partido para se defender.
Reatar com os compromissos e não repetir os erros, como na recente eleição da presidência da Câmara. A bancada do PT agora é atropelada por Rodrigo Maia, para garantir a aprovação dos Projetos de Emendas Constitucionais – as PEC’s do golpe – mas metade dela votou nele para a presidência da Câmara há apenas 3 meses!
Agora mesmo, a Comissão Executiva Nacional do PT recuou na orientação para o 2º turno das eleições municipais da posição de “nenhum voto em golpista” e delegou aos Diretórios Municipais a decisão. E, Brasil afora, petistas estão sendo enredados com candidatos golpistas do PSDB, PMDB, DEM e PPS! Mas, se a direção perplexa recusa tirar as urgentes as lições da derrota, uma reação começa por baixo e entre quadros e dirigentes.
O Diálogo Itinerante que começa, com base nos 17 pontos Pela Reconstrução do PT – compromissos com os quais o partido deveria reatar – integra petistas de várias origens e contribui decisivamente com a resistência no PT, um ponto de partida para sua reconstrução.
Uma resistência que ressoa e reforça a luta dos trabalhadores, como a proposta da CUT e outras centrais de fazerem de 11 de novembro um dia de greve nacional por Nenhum Direito a Menos.
Os petistas reunidos no Diálogo Itinerante em Recife (PE) disseram que “o Congresso do PT, além de eleger um novo Diretório Nacional, deve adotar uma orientação política para o próximo período, dando conta de questões urgentes como o apoio à Greve Geral, o Fora Temer, as Diretas Já e a convocação de uma Constituinte para fazer a Reforma Política”.
De nossa parte, nos engajamos nesta batalha junto com centenas de sindicalistas, militantes de movimentos, quadros e parlamentares nas reuniões dos Grupos de base do Diálogo e Ação Petista em várias cidades do país para realizar esta agenda onde se destacam as atividades do Diálogo Itinerante.