A tarefa mais urgente é expulsar os golpistas do Planalto.
Desde 12 de maio, com o afastamento da presidente Dilma devido à admissão pelo Senado do impeachment sem crime de responsabilidade – um golpe – um grito ecoa no país: Fora Temer!
O golpe dado no Congresso Nacional, organizado pelo Judiciário e apoiado na mídia, pelos sabujos do imperialismo em solo brasileiro, todavia não está consumado.
O prazo máximo de 180 dias do julgamento no Senado é tempo de resistir e tempo de passar à ofensiva.
As principais organizações sindicais e populares, comprometidas com os interesses dos trabalhadores, da democracia e da nação, não reconhecem legitimidade no governo golpista. Entre intelectuais, artistas e juristas, proliferam declarações de rechaço ao golpe.
Os servidores públicos recebem o ministro golpista da Educação aos gritos de “vaza”. Órgãos do Ministério da Cultura, extinto pelo golpe, estão ocupados em dez cidades.
Nas ruas, todos os dias, em especial a juventude, grita Fora Temer!
As primeiras medidas anunciadas pelos golpistas só realçam a urgência de pôr fim, o quanto antes, à usurpação da cadeira da Presidência da República pela oligarquia reacionária do país.
Entrega do patrimônio “privatizando tudo o que for possível”. Ataque à Previdência e aos direitos adquiridos, conceito “muito impreciso”, segundo banqueiro-ministro Meirelles. Cortes em programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida. Ataque à produção artística e cultural.
A hora de resistir também pede algumas reflexões.
O PMDB que sustenta o golpe faz pouco tempo, era tido como o “aliado” que poderia garantir a governabilidade do PT. Agora, o sinistro ministério golpista de Temer abriga seis ex-ministros dos governos do PT!
Ainda em 12 de maio, no discurso aos manifestantes diante do Palácio do Planalto, a presidente Dilma denunciou os golpistas de sabotadores do governo e de quererem liquidar o programa eleito em 2014. É isso mesmo que eles querem! Mas a política do ajuste fiscal dos ministros Levy, em 2015 e Barbosa, em 2016, atacou o programa de 2014 degradando as condições de vida da base social que o elegeu.
Erro cometido que não pode se repetir.
Erro que, sob outra forma, seria agora tentar uma “convivência institucional” com os golpistas ou tergiversar sobre o programa que eles representam.
Não pode haver nenhuma “normalidade” de convivência com esse governo ilegítimo! Não pode haver oposição propositiva, nem moderada nem radical a um governo que não se reconhece. Esse governo ilegítimo tem que ser expulso do Planalto!
É preciso dar o troco já e não esperar 2018. O povo não pode ficar à mercê, por dois anos, da “ponte para o inferno”. É preciso restituir a soberania popular e reconduzir quem de direito à presidência da República.
A presidente Dilma, desde já, deveria indicar que, reconduzida ao Palácio do Planalto, adotaria as medidas econômicas e sociais de emergência em favor do povo, que, face á podridão escancarada das instituições, incluem liderar a luta pela Constituinte Soberana que faça a reforma política do Estado para abrir caminho às reformas populares nunca feitas – agrária, tributária, urbana e reestatizações.
Agora, não há tarefa mais urgente do que derrotar o golpe. Para tanto, é preciso construir um movimento contra o golpe ainda mais amplo do que foi até aqui, adotando as diferentes formas de luta – atos, boicotes, ocupações e greve geral – necessárias para empalmar as forças vivas da nação.
É hora de disseminar os Comitês contra o golpe nos bairros, escolas, categorias e locais de trabalho