Sobre a guerra contra o Estado Islâmico: Estados Unidos atacam hoje os mesmos que armaram ontem

Conferência em Paris prepara nova intervenção militar

Sob o pretexto de combater os jihadistas do Estado Islâmico (EI) que controla regiões do Iraque e da Síria ricas em petróleo representantes de 26 países, entre eles os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, reuniram-se em 15 de setembro numa “Conferência sobre a paz e a segurança”.

Mas, paz e segurança são as últimas coisas que se pode esperar de uma reunião dirigida pelos EUA que, para manter a ordem imperialista, arrogam-se o papel de polícia do mundo com seguidas intervenções militares e farta distribuição de armamento.

A Conferência de Paris foi apoiada pelo governo “socialista” de François Hollande, sempre servil aos interesses do imperialismo dos EUA. Dela participaram uma dezena de países do Oriente Médio, alguns deles visitados antes por John Kerry em nome de Obama. Em sua passagem pelo Egito, John Kerry pediu a religiosos sunitas para conclamar o povo a orar contra o EI, que também é sunita, alimentando abertamente um conflito religioso.

O EI, por seu lado, está muito bem equipado com fuzis de assalto M16, fabricados nos EUA vindos, sobretudo, da Síria. Há vários anos os EUA, as monarquias do Golfo Pérsico, França e outros países europeus fornecem armas para alimentar a guerra civil contra o regime sírio de Bashar Al-Assad.

Especialistas informam que os mísseis antitanques usados pelo EI “são idênticos aos foguetes M79 entregues pela Arábia Saudita às forças que operam sob a bandeira do Exército sírio livre’”.

A própria Hillary Clinton, ex-chefe da diplomacia dos EUA, admitiu que o Estado Islâmico foi criado, armado e financiado por Washington.

Edison Cardoni

Artigo originalmente publicado na edição nº 755 do jornal O Trabalho

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