O PT que sai do 6º Congresso é um partido que se mostra disposto a exercer a vocação que vem desde seu surgimento: a de dirigir o processo de luta da maioria oprimida do país, rumo a uma nação soberana.
Imerso nos últimos dois anos na maior crise de sua história, mas enraizado na classe trabalhadora como sua principal conquista política, o PT tem, nas decisões de seu Congresso, a chave para abrir a porta a um novo curso e reconectá-lo com a base social. Este é o significado da batalha pela Unidade pela Reconstrução do PT que sai revigorada do 6º Congresso Nacional.
Instalado numa situação política marcada, de um lado, pela iniciativa dos trabalhadores, numa resistência que abala os alicerces do governo golpista e, de outro, pela permanência desse governo que, aos trancos e barrancos, quer prosseguir os ataques aos trabalhadores, o 6º Congresso não tergiversou.
Recusou qualquer saída negociada com os golpistas, ao dizer, peremptoriamente, não ao Colégio Eleitoral, Diretas Já! Como disse Gleisi Hoffmann, eleita presidente “não fomos ao Colégio Eleitoral da Ditadura, não iremos ao Colégio eleitoral do golpe”.
Rejeitou qualquer negociação com as contrarreformas trabalhistas e da Previdência e se declarou ao lado dos trabalhadores, inclusive com o apoio à nova greve geral indicada pelas centrais sindicais para o final de junho.
Como não se via desde que começou a perseguição ao partido com o mensalão, o 6º Congresso adotou uma resolução que exige a liberdade para seus presos e perseguidos políticos, agora pela Lava Jato.
São resoluções que, na prática, fazem o balanço dos anos de adaptação às instituições que afastaram o PT de sua base social, contaminaram-no com o modus operandi dos partidos burgueses e abriram o flanco para que os inimigos da classe trabalhadora pudessem avançar.
“Lula presidente, com Constituinte”, é a expressão principal de um partido que se orienta para, não apenas derrotar o golpe e reverter os ataques já perpetrados, mas para conduzir no Brasil, com novas instituições, o processo de reformas populares que livrem a nação da submissão ao imperialismo.
O Congresso do PT se realiza numa conjuntura internacional na qual, diante da ofensiva destrutiva do capital financeiro, os trabalhadores buscam se reapropriar de suas organizações para resistir e avançar. As decisões do 6º Congresso correspondem a esse movimento. Ao se dispor a romper com a política de conciliação com os interesses e as instituições pró-imperialistas, o PT pode iniciar uma nova caminhada que, todavia, está por ser realizada.
Nada está dado de antemão. Mas, a expressão interna no PT da luta da classe trabalhadora estabeleceu uma rota, e agora tudo se concentra em fazer valer as decisões adotadas.
A Corrente O Trabalho do PT que, como integrante do Diálogo e Ação Petista, levou o combate desde a abertura do processo congressual, de unidade pela reconstrução do PT, agora, apoiada nas resoluções do 6º Congresso, continuará engajada nessa via.
As reuniões de prestação de contas do Congresso já começam a acontecer. Elas devem servir para ajudar a militância a se apropriar das decisões do Congresso, nenhum passo atrás! Devem servir também para ajudar na preparação da greve geral chamada pelas centrais.
Afinal, por mais que o governo golpista se afunde em escândalos, por mais que as cúpulas se dividam, é a ação direta da classe trabalhadora que tem a capacidade de dar um basta ao desastre que ameaça o país. As decisões do 6º Congresso vêm a serviço dessa luta da classe trabalhadora.
Viva o PT!