O que significaria a volta às aulas neste momento?

Alguns estados já planejam retorno às aulas em agosto ou setembro, como Goiás e Tocantins, onde há registro do aumento de mortes nas últimas semanas.

Maranhão, Pará e Rio Grande do Norte também têm previsão para agosto, enquanto São Paulo e Acre para setembro.

No Rio de Janeiro o prefeito Marcelo Crivella anunciou o retorno facultativo das atividades da rede particular para parte do ensino fundamental a partir de 3 de agosto.

Informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE) indicam mais de 123 milhões de pessoas em domicílios que possuem pelo menos um jovem de até 17 anos, portanto esse é o tamanho da rede de possíveis contaminações.

Estudo da Universidade de Granada (Espanha), divulgado pelo jornal El País, mostra que em uma sala de aula com 20 estudantes (e no Brasil a maioria tem de 30 a 40), em 48 horas de aula, a rede de contaminação pode ultrapassar 800 pessoas. “A gente precisa lembrar como se dá a dinâmica familiar. Muitos pais saem para trabalhar e deixam os filhos com os avós. Mas, quando a criança voltar para a escola, vai acabar levando o vírus para essa população de risco, que não terá como seguir isolada”, declarou Diego Ricardo Xavier, epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Sindicatos em luta contra a volta às aulas
Em São Paulo, por exemplo, a Apeoesp tem organizado carreatas na capital e cidades do interior para alertar a população.

A presidente do sindicato e deputada estadual pelo PT professora Bebel afirmou que “não aceitamos a volta às aulas presenciais de forma irresponsável e precipitada em 2020. Inclusive a greve está em debate na nossa categoria”.

O sindicato também protocolou denúncia junto à OMS. Nota pública em repúdio a volta as aulas, assinada por diversas entidades da educação pública e privada, foi lançada no fim de junho.

Tiago Maciel

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