A campanha internacional pela garantia de vida e liberdade do ex-presidente do Equador Jorge Glas Espinel, teve um novo capítulo nas últimas semanas, quase às vésperas das eleições presidenciais de 9 de fevereiro. O ex-presidente e uma das mais importantes lideranças do partido RC – “Revolucion Cidadana”, partido também de Rafael Correia, foi sequestrado da embaixada do México por uma ação ilegal do atual presidente Daniel Noboa em 5 de abril de 2024 e jogado numa prisão comum do país.
Agora uma onda de violência e mortes por guerras de gangues dentro das prisões do país, colocou diretamente em risco Jorge Glas, que está preso irregularmente no Centro de Detenção “La Roca”, um dos mais perigosos do país e onde estão líderes de facções criminosas.
A prisão de Jorge Glas vem sendo utilizada pelo governo reacionário de Daniel Noboa para intimidar e combater as mobilizações populares por bandeiras de soberania nacional e democracia, por direitos para os trabalhadores e povos indígenas. Noboa tem uma orientação de completa subordinação aos interesses dos EUA e quer ceder espaço para uma base militar no país.
O Comitê Internacional para a Liberdade de Jorge Glas lançou uma carta dirigida à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) onde reafirma a detenção arbitrária realizada como resultado da invasão da embaixada mexicana em Quito, sob instruções do Presidente do Equador, Daniel Noboa Azín. Se afirma ainda que Glas tem enfrentado um contexto de extrema insegurança, negligência médica e ameaças diretas contra sua vida. A carta foi apoiada por centenas de personalidades de renome internacional, incluindo ex-juízes da Corte Interamericana, líderes políticos e acadêmicos da América Latina, Caribe e Europa.
Diz o texto da carta que “Durante um motim na prisão, Glas foi evacuado junto com o líder de uma organização criminosa, ambos mantidos por horas em um tanque blindado fora da prisão, enquanto eram feitas tentativas de recuperar o controle. Isso ocorre em um contexto de guerra aberta entre organizações criminosas dentro da prisão, em que um ex-vice-presidente que confrontou essas estruturas do Poder Executivo foi deliberadamente exposto a um risco letal”.
A carta afirma ainda que na América Latina “nem mesmo em casos de presidentes presos por crimes contra a humanidade como Alberto Fujimori ou Jorge Videla, que foram tratados de acordo com padrões mínimos de segurança. Além disso, houve o assassinato de um preso que alertou sobre planos de atentado contra a vida de Jorge Glas”. Isso ocorre no contexto da campanha eleitoral para a presidência do Equador. O primeiro turno no dia 9 de fevereiro e, caso necessário, o segundo turno no dia 13 de abril. O partido de Glas concorre com chances de vitória através da integrante do partido Revolução Cidadã, a advogada Luisa González. Ela declarou que Glas terá direito de asilo e que dará um salvo-conduto para ele viajar ao México.