O Trabalho completa 42 anos em 2020. Para marcar essa data decidimos iniciar a nossa seção “memória”, disponibilizando a cada semana uma edição antiga, na íntegra, com um índice de todo o conteúdo.

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Aqui está a edição nº1 do jornal O Trabalho. Lançada em 30 de Maio de 1978, impulsionada pela então OSI (que se tornaria a corrente OT do PT), a edição trazia na capa a “greve dos 70 mil”, que se desenrolou na região do ABC paulista reivindicando aumento salarial e autonomia para as entidades operárias.

📰 Confira a edição na íntegra

Confira abaixo o índice da edição

Página 1

-Capa: Fotos de metalúrgicos em paralisação de atividades fabris.

-Editorial: “Para mostrar que as pressões, ameaças e toda espécie de violência não conseguem acabar com sua força, quase 70 mil trabalhadores entraram em greve no ABC (…)”

-Chamada: Greves: o debate entre oposições sindicais; a opinião de José Ibrahim e Manuel da Conceição

Página 2

-Quem quer salvar o regime?
“ ‘Quem está unido neste país?’ (General Figueiredo). No dia 12 de maio, os trabalhadores da Scania começaram a responder às interrogações do herdeiro de Geisel: quase dois mil operários entravam em greve, dando início à um movimento inédito no Brasil desde 1968 e que, em extensão, ultrapassa em muito as greves de Contagem e Osasco (…)”

-São Paulo: A espera do Debate
“Começa a crescer a movimentação em torno das eleições do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, que serão realizadas a partir do dia 26 de junho (…)”

-BH: Mais uma oposição
“Este ano o ritual das eleições com chapa única no Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem, MG, foi rompido. (…)”

-Cavalete humano
“Nem só de turismo vive a histórica cidade de Ouro Preto, a 100 quilômetros de Belo Horizonte. Numa população de cerca de 35 mil habitantes, encontram-se 5000 metalúrgicos distribuídos entre enormes fábricas e pequenas empreiteiras. No centro desta industria, está a Alumínio Canadense (ALCAN), multinacional que contrata 80% da mão de obra metalúrgica da cidade. Juntamente com a DELP – filial menor de uma empresa sediada em contagem – caracteriza-se pelas péssimas condições de trabalho (…)”

-UEE: Quem venceu?
“Ao final das eleições para a União Estadual de Estudantes, nos dias 4 e 5 de maio, a vitória da Chapa Construção não foi exatamente uma surpresa. Formada por três das quatro maiores tendências do movimento estudantil – Refazendo, Caminhando e Novo Rumo – dificilmente poderia ser derrotada pela Liberdade e Luta, tendência que se apresentou, ela própria, como chapa. (…)”

-Expediente
“Editores: Paulo Moreira Leite, Edmundo Machado, Sandra Carvalho, Arthur Pereira Filho e Celso Marcondes (…)

Página 3

-Não tem conversa, não tem papo: 20% de aumento
“A luta por um aumento de 20% nos salários – que começou com a greve da Scania – deve prosseguir. Dentro dela, vai ser possível criar diversas Comissões de Fábrica e outros organismos de Base. (…)”

-Mesa redonda com José Pedro da Oposição Metalúrgica de Osasco, dirigentes da Oposição Sindical Bancária (SP) e um representante do movimento Metalúrgico Independente

-Quem apoia o Comitê Anti-arrocho?
“As correntes que apoiam a proposta de constituição do Comitê Anti-arrocho são basicamente as mesmas que organizaram a manifestação do 1o de Maio operário e Unitário de Osasco (…)”

Páginas 4/5

-O apoio de José Ibrahim
“Nossa correspondente em Paris, Catherine Tavernier, ouviu o líder metalúrgico José Ibrahim, presidente do sindicato de Osasco em 1967/68, hoje banido na Bélgica, sobre as greves na região do ABC. Eis seu depoimento:”

-O apoio de Manoel da Conceição
“Manoel da Conceição, líder camponês que presidiu o Sindicato Autonomo dos Trabalhadores Rurais de Pindaré-Mirin de 1964 a 68, hoje exilado na Suiça, também dá seu depoimento sobre as greves do ABC à nossa correspondente em Paris.”

-Lula em cima do Muro
“ ‘Os movimentos em curso são a manifestação do descontentamento dos trabalhadores e se desenvolveram à margem do Sindicato, no qual os trabalhadores deixaram de confiar, em face da estrutura legal vigente.’ (…)”

-Sindicato pede fim da greve na Mercedes
“A greve na Mercedes-benz começou na terça feira, dia 16 de maio, enquanto os dois mil operários da Scania interrompiam uma paralisação de dois dias, graças a intervenção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Ao mesmo tempo, a Ford entrava no segundo dia de parada total da fábrica, sem a interferência do sindicato”

-Na Scania, as primeiras lições
“ ‘Amanhã vamos parar.’ Essa mensagem foi passada de boca em boca entre os dois mil operários da Saab-scania no dia 11 de maio, quinta feira. No dia seguinte, toda a produção da fábrica foi paralisada, iniciando-se uma onda de greves entre os metalúrgicos do ABC, com a reivindicação de 20% de aumento nos salários norteando todo o movimento grevista. (…)”

-Em Osasco, operação tartaruga
“Osasco, região com cerca de 33000 metalúrgicos, volta a viver o clima de tensão das greves e operações tartaruga da greve dos seis mil, em julho de 1968. ‘estamos prontos pra parar’ diziam, no fim de semana passada, alguns operários de importantes fábricas de Osasco (…)”

-Em 11 dias, a luta de 70 mil operários: A história da maior greve dos últimos dez anos
“A greve dos quase dois mil operários da Saab-Scania, em São Bernardo, iniciada no dia 12 de maio, espalhou-se como um rastilho de pólvora. (…)”

Página 6

-A prisão mais terrível
“Os presos políticos do Barreto Campelo, na ilha de Itamaracá, em Pernambuco, parecem isolados do mundo. Rodeado por altos muros e cercas eletrificadas de alta voltagem, vigiado por policiais armados de metralhadoras, o presídio é uma das mais perfeitas imagens da repressão oficial existente no país”

-Lutas pela anistia
“A greve de fome dos presos políticos de Itamaracá, acompanhada de diversas mobilizações de apoio, foi vitoriosa. E na opinião do advogado Luiz Eduardo Greenhalg existem fortes indícios de que Carlos Alberto Soares e Rholine Cavalcanti terão seu isolamento quebrado não por cinco dias, como ficou estabelecido no acordo com o Juiz Auditor de Recife, mas durante toda a semana (…)”

-Abaixo-assinado dos camponeses
“ ‘O que queremos é terra’. Esta frase faz parte de um documento de trabalhadores expulsos de suas terras em Guarabira, na Paraíba, e enviado a Geisel para pedir de volta as terras tomadas pelos latifundiários. (…)”

-Dubladores pedem apoio para greve
“ Depois de mais de 60 dias de greve, ameaças e diversas pressões, dubladores do Rio e São Paulo organizaram uma campanha para manter o movimento (…)”

Página 7

-Peru: A luta dos trabalhadores por uma Constituinte soberana
“As eleições para a Assembléia Constituinte no Peru foram adiadas. Elas estavam marcadas para o próximo dia 4, mas o governo militar alegou “motivos técnicos” que, na verdade, foram as violentas manifestações de massas peruanas contra o aumento de 60% nos preços de alimentos, combustível e tarifas de transporte público, decretado pelo governo há 10 dias atrás (…)

-Greve geral contra o regime militar
A greve geral nacional convocada pelas principais centrais sindicais peruanas para os dias 22 e 23, em protesto pelos aumentos dos preços de alguns produtos essenciais, decretado pelo governo, demonstra o alto grau de insatisfação das massas exploradas com o atual regime militar (…)

-Uma cidade desafia os patrões
“De dezembro a janeiro deste ano, durante 52 dias, Chimbote, importante centro industrial do Peru, foi palco de acirradas lutas dos trabalhadores da usina siderúrgica Sider Peru pela conquista de seus direitos. (…)

-Itália: As brigadas contra os trabalhadores
“A morte de Aldo Moro, acima de tudo, parece ter como resultado imediato a consolidação da cooperação entre comunistas e democratas-cristãos (…)”

Página 8

-Ford: A semana da Greve Geral
“ ‘- Voltem ao trabalho que depois nós resolvemos./-Não, o senhor resolve antes e depois a gente trabalha.’(Dialogo entre diretor de Relações Industriais da Ford e um operário da comissão de grevistas)
Durante uma semana, 9800 trabalhadores da Ford ficaram em greve para defender as suas reivindicações, e a diretoria da empresa mostrou-se contrária a qualquer tipo de negociação. (…)”

-10 mil param na Volks
“ Sexta feira, dia 19, todas as maquinas pararam de funcionar na Volkswagen. Depois da janta, às 20h, os operários do turno noturno cruzaram os braços e a greve se alastrou por toda a empresa. Naquele momento, começava uma greve generalizada dentro da fábrica, que deveria atingir todos os trabalhadores envolvidos na produção (24 a 30 mil operários) não fosse a intensa repressão interna desencadeada logo nas primeiras horas do turno matutino (dia 22/5) (…)”

📰 Confira a edição na íntegra

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