Começou no STF o julgamento de Bolsonaro e mais sete por tentativa de golpe. Entre eles o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, o general da reserva Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional e o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha. Pela primeira vez um ex-presidente da república e generais são julgados com a acusação de golpe de Estado (ver pág. 9).
Julgamento que ocorre sob ingerência de Trump no país, com o ataque econômico das taxações e chantagem política pela anistia dos golpistas.
Há grande expectativa pela punição. Mas no Congresso Nacional começou o conchavo para votar uma lei de anistia. Até um editorial do Estadão, em 4 de setembro, chamou o acordo que se costura de “pornográfico”, uma busca por impunidade “urdida nos subterrâneos”.
Nem tão subterrâneo assim. É à luz do dia, com articulação dos nobres deputados e senadores e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
“Não é a primeira vez que o Brasil se depara com movimento desse jaez. Só no período republicano, cerca de 40 anistias foram aprovadas, quase sempre com o propósito de livrar a cara de militares e políticos [..]. O resultado foi [..] nefasto para. Ao invés de fortalecer a democracia e ensejar a “pacificação da sociedade”, como apregoam os modernos arautos da impunidade, as anistias só serviram de incentivo para novas aventuras golpistas.” Disse o mesmo editorial.
Da impunidade só
herdamos infortúnios
O que sairá desses conchavos nesse Congresso Nacional, ainda não sabemos. Mas coisa boa não pode ser.
O que sabemos, como brasileiros,é que da impunidade, herdamos muitos infortúnios. A “Garantia da Lei e da Ordem” (GLO), cravada no artigo 142 da Constituição – que permite às Forças Armadas intervirem na vida política – e as PMs dos estados, que foram militarizadas na ditadura, e são a ponta de lança dos assassinatos nas periferias, para ficar em dois exemplos. Aos generais e carrascos se permitiu e permite render homenagens, com nomes de ruas e escolas.
É essa impunidade que alimentou o plano de um novo golpe e de assassinato do presidente eleito, Lula, e, logo depois, do intento golpista de 8 de janeiro de 2023 – do qual todo o Alto Comando do Exército e os comandantes das Três Forças sabiam ou participaram. Que ela não se estabeleça de novo! Punição para Bolsonaro e seus generais. A todos os golpistas!