Outubro terminou com a inominável chacina do Rio de Janeiro, com sua lista de 121mortes. É a Polícia Militar e armada até os dentes para combater o inimigo interno. Todo o contrário de, sem tiros nem mortes, seguir o caminho do dinheiro e ir atrás dos que de fato enriquecem com o tráfico, como sinalizou a operação Carbono Oculto.
E quando a direita se levanta para encobrir Claudio Castro, o faz associando-se à “guerra ao narcoterrorismo” de Trump para a América Latina. Fazendo com que a vontade de Flávio Bolsonaro de que Trump bombardeie barcos na Baia de Copacabana, possa deixar de ser uma piada para ser um problema real. Isso poderia vir a acontecer se prosperar Projeto de Lei em tramitação no Congresso Nacional que permite considerar tráfico como narcoterrorismo.
Enquanto isso, também no Congresso inimigo do povo, a ofensiva contra direitos, a soberania e o patrimônio público, não nos dá refresco.
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 38 da reforma administrativa de Hugo Mota tramita às pressas no Congresso, mas os servidores públicos deram seu recado na Marcha ao DF do último dia 29 (ver pág. 7). Em Minas Gerais, a luta contra a privatização da água ganha força (ver pág. 4).
No plano Internacional, enquanto Trump segue a ameaça de agressão militar primeiro à Venezuela, depois à Colômbia e México, sob o pretexto de combater o narcoterrorismo, é hora de exigir o fim das ameaças militares dos EUA, uma ameaça a todo o continente.
Frente à resistência, que nunca cessou, a defesa do povo palestino se expressou nas greves na Itália, manifestações gigantes na Inglaterra, assim como, noutro plano, se expressa em e manifestações e greves na Espanha, Peru, Sérvia, Marrocos, além, claro, nos EUA, no coração do império, onde milhões foram às ruas. Onde também avança a luta com a vitória do candidato socialista Zohran Mamdani para prefeito de Nova York, com uma plataforma apoiada em reivindicações populares e sem concessões, que mostra o caminho que todos devemos seguir desde já.
E, para ajudar a agrupar forças decisivas para a ruptura sem concessões com o sistema decadente que sufoca os trabalhadores, nessa edição, seguimos acompanhando os desdobramentos da Conferência Continental pelo Direito à Migração, realizada no México no final de setembro, e do Comício contra a Guerra, de 5 de outubro em Paris (ver pág. 12).
E foi a luz desse cenário que no último dia 1 de novembro, o Comitê Nacional do Diálogo e Ação Petista realizou uma reunião nacional ampliada com a participação de companheiros e companheiras convidados, com os quais combatemos ombro a ombro nos últimos meses, para discutir respostas para a situação e construir iniciativas comuns para o próximo período. Foi adotada uma Declaração de campanha imediata pela federalização da investigação das chacinas e os presentes também decidiram se engajar na Convocatória da Jornada Continental em Defesa do Direito à Migração e pela Soberania Nacional.

