Crime de Lesa-Pátria na Petrobras

O golpista Pedro Parente, que preside a Petrobras, fez um acordo bilionário com acionistas estrangeiros para pagar indenização de 3 bilhões de dólares (quase R$ 10 bilhões) para que retirem ação judicial (na corte dos EUA) contra a Petrobras alegando “corrupção”.

O valor acordado é muito superior aos R$1,5 bilhões denunciados pela Lava-Jato como desvio de verbas (e devolvidos à Petrobras). Parente se ajoelha diante dos investidores estrangeiros, drenando suas receitas para seus interesses.

Subordinação que começou no governo FHC, quando a gestão da Petrobras (da qual Parente fazia parte) abriu o capital da empresa na Bolsa de Nova York (NYSE), vendendo 36% de suas ações a preço de banana para “captar recursos”. Medida que preparava a privatização da empresa e que invertia sua lógica de gestão: servir aos especuladores estrangeiros, ao invés de atender aos interesses do Brasil.

O lançamento de ações da Petro­bras na NYSE tornou-a jurídica e politicamente vulnerável nos EUA – pois são os juízes de lá que deci­dem. Não por acaso, nenhuma outra grande estatal petrolífera tem ações em Nova York.

Fundos de hedge (especuladores) viram no show da “Lava-Jato” uma oportunidade para achacar a Petro­bras. Agindo como “fundos abutres” – especializados em comprar por uma ninharia papéis de empresas ou países em dificuldades, para de­pois entrar com ações bilionárias na Justiça de NY – utilizaram-se de advogados (da Rosen Law Firm) in­fluentes na corte local. Os mesmos, aliás, que chantagearam a Argentina na renegociação de sua dívida exter­na (no governo Cristina Kirschner).

Seguindo a toada, acionistas mi­noritários decidiram também entrar com ações contra a Petrobras aqui no Brasil. Reivindicam uma inde­nização de R$ 20 bilhões. Ou seja, ao forçar a Petrobras a capitular aos “abutres” na Bolsa de Nova York, Parente permitiu uma revoada de urubus, pequenos e grandes no Brasil e mundo afora.

Quebrar a Petrobras para entregá-la aos gringos

O líder do PT na Câmara, Paulo Pi­menta, entrou no início do ano com uma representação na Procuradoria­-Geral da República pedindo inves­tigação da legitimidade do acordo feito pela Petrobras com a Justiça nos Estados Unidos.

Pimenta afirma que “a forma como o Moro, o Dallagnol trataram a Pe­trobras foram fundamentais para instruir essas ações. Então há uma conexão direta entre os interesses norte-americanos e os interesses daqueles lesa-pátria da Lava Jato que criaram as condições jurídicas para que o Brasil fosse saqueado”.

A ação do governo e da mídia gol­pista tem sido de constantes ataques à estatal para desmoralizá-la junto ao público, enfraquecê-la financei­ramente, sucateá-la com constantes desinvestimentos.

A gestão Parente usa a mesma falsa desculpa de “dificuldade financeira” para se desfazer de partes da empresa, vendendo ativos altamente rentáveis (NTS, Liquigás, Gaspetro etc.), e cortando investimentos (causando perdas de R$ 200 bilhões, segundo a Associação dos Engenheiros).

Mas o fato é que a Petrobras tem grande capacidade de geração ope­racional de caixa (acima dos US$ 25 bilhões anuais, nos últimos cinco anos), mais que suficiente para fazer frente à sua dívida liquida (inferior a US$ 100 bilhões).

Com a descoberta do pré-sal, a em­presa passou a ser o principal objeto da cobiça das grandes petroleiras mundiais, que estão – elas sim – em dificuldades financeiras devido à for­te queda das reservas de seus poços. É isso que está por trás da ira contra a Petrobras, que vai desde o próprio golpe, da ação orquestrada entre a Lava-Jato e a mídia, da quebra da lei da partilha até a venda de ativos e sucateamento da empresa – pas­sando pelo fechamento de unidades fabris, demissão de funcionários contratados e perda de direitos dos trabalhadores.

Alberto Handfas

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