Em menos de seis meses de mandato, o governo será alvo de uma grande contestação por parte dos trabalhadores.
A prova de que, mesmo derrotada nas urnas, a maioria trabalhadora do país não sucumbiu e está disposta, com suas organizações, a lutar pelos seus interesses.
Bolsonaro com o lero-lero nas redes sociais, peripécias para açular sua base e prosseguir na ofensiva contra o país, seu povo trabalhador e sua juventude, não pode tudo.
É verdade que as instituições, com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, alegremente à frente, se dispõem a carregar o andor dessa procissão macabra iniciada com o golpe e que prossegue, mais tenebrosa, no atual governo.
É verdade que os militares, amplamente alojados no Planalto, dão recados. Como as declarações do general Augusto Heleno, contra as manifestações estudantis em defesa da Educação, acusando os estudantes de estarem “contaminados” pelo que ouvem em colégios e faculdades!
É verdade, portanto, que estamos diante de um governo autoritário que, se pudesse, a todos calava, para sacrificar no altar do capital financeiro os direitos do povo trabalhador e nossa soberania. Mas eles não podem tudo.
Porque é verdade, acima de tudo, que a classe trabalhadora está em pé!
O “edifício” construído para arrematar o golpe de 2016, na eleição do ex-capitão em 2018- com ilegalidades, propaganda da grande mídia e apoio da burguesia tupiniquim, carente de representação política – começa a sofrer um forte abalo. É a pressão da luta da classe, onde tudo se decide. A resistência da classe trabalhadora, desde a posse do governo, se manifesta num crescendo.
De 22 de março, dia de luta em defesa da Previdência chamada pela centrais sindcais, passando pelo 15 e 30 de maio, com as organizações de estudantes e professores à frente, em defesa da educação, a situação começou a mudar no Brasil.
As condições se reúnem para que, no dia 14 de junho, uma poderosa greve geral bloqueie a tentativa de destruir a Previdência Pública e Solidária. A destruição da Previdência é a pedra de toque no edifício do capital financeiro para prosseguir no Brasil a política que exige em todo mundo: sacrifício dos povos em benefício da especulação financeira.
Mas no Brasil e em todo mundo a maioria trabalhadora resiste.
No momento em que fechamos esta edição Bolsonaro viaja à Argentina para encontrar-se com seu parceiro Macri, que enfrentou, no final de maio, uma nova greve geral contra sua política. Viaja, depois de credenciar como embaixadora no Brasil a representante do caricato autoproclamado presidente da Venezuela, Guaidó, que a cada nova promessa a Trump “agora vai, Maduro cai”, fica mais isolado.
Os trabalhadores brasileiros se preparam para parar o país. Para chegar até aqui foi fundamental que suas organizações – a CUT e o PT em primeiro lugar – não caíssem nas armadilhas de negociar a PEC da Previdência ou apresentar substitutivos e se mantiveram firme: é não e não!
Em 14 de junho, com votação em assembleias e diálogo com o povo (ver pag. 7), os trabalhadores vão fazer um dia de greve. E se esta greve não for suficiente, pois o governo não tem margem de recuo, continuarão a luta, contando com suas organizações, para impedir que prospere os planos macabros exigidos pelo capital financeiro.
Todo gás na reta final da preparação da greve geral!