A decisão de Fachin, na madrugada de 6 de setembro, contra o recurso de Lula pelo reconhecimento de sua candidatura, vem na esteira de uma sucessão de decisões, no atropelo e ao arrepio da lei.
“Indefiro o pedido formulado. Publique-se. Intime-se. Após, arquivem-se”, determinou Fachin. É o que pretendem fazer nesta campanha eleitoral. Arquivar, de preferência em arquivo morto, a possibilidade de que, através das urnas, a nação possa retomar um caminho de conquistas sociais, direitos e soberania.
Uma escalada das instituições contra o povo brasileiro e seu legítimo direito de votar em quem manifesta, majoritariamente, vontade de votar. Institutos de pesquisa começam a manipulação para “arquivar” esta vontade majoritária.
A seção do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na madrugada do dia 1 de setembro, que decidiu pela impugnação da candidatura de Lula abriu uma nova saraivada, sem limites, na ofensiva das instituições a serviço dos interesses imperialistas.
O PT tomou em consonância com Lula a acertadíssima decisão de ir até as últimas consequências e não se dobrar à fajuta impugnação. Isto permitirá escancarar aos olhos de milhões a quem servem estas instituições.
O TSE virou um bunker na guerra contra a democracia. Decisão após decisão, ministros censuram programas de televisão da campanha do PT. Um descarado vale tudo, para impedir o imbatível adversário de seus candidatos que valem nada!
Na ofensiva das instituições contra os interesses do povo, vozes das Forças Armadas se fazem escutar.
“O cenário mais temido [pelos militares] é a quebra de lei e ordem ‘no caso de uma besteira qualquer do STF beneficiando o Lula’ (…) Oficiais registraram com alívio sinais, vindos de contatos diretos com integrantes do STF, de que ‘não haveria surpresas’ até o fim do período eleitoral (…) boa parte dessa sensação vem da indicação do general Fernando Azevedo e Silva, até agora no comando do Estado-Maior do Exército, como assessor do ministro Dias Toffoli, que assume a presidência do STF. Esse oficial é uma das principais ‘cabeças políticas’ nas três armas”. (Estadão 6/09)
Realmente é improvável que o Judiciário faça justiça e anule toda manipulação jurídica montada para inviabilizar a candidatura Lula. Aliás, como o próprio Lula falou “os tribunais superiores, que poderiam reparar a injustiça julgando o mérito antes das eleições, não pautam a votação. Vão julgar quando eu já tiver sido alijado do processo eleitoral?” (4/09)
Toda esta manipulação, entretanto, não surte o efeito desejado pelos poderosos e suas instituições. Ao contrário!
A campanha Lula levada às ruas pela militância e as atividades de Haddad, porta-voz e vice de Lula pelo Nordeste, provam que com tudo e por tudo, na vontade popular o anseio de Lula presidente não será arquivado, goste ou não o Fachin!
“O nosso Partido precisa ter certeza que 2018 pode ser o ano do PT. Por isso precisamos radicalizar o debate político e programático se quisermos governar o Brasil outra vez”, escreveu Lula em mensagem ao Encontro nacional extraordinário do Diálogo e Ação Petista em 1º de setembro.
É o que o povo espera.
Como diz a declaração do encontro do DAP: “Eles não conseguirão impedir Lula de voltar à presidência. A vontade do povo, ao fim, será mais forte. Nas próximas semanas, vamos nos manter organizados e informados para a intensa batalha de rua pela vitória (…) cabeça erguida, vamos para a rua, Lula neles! Temos candidato, partido e programa de governo!”