Desde janeiro, com a vinda de Lula a Belo Horizonte, se discute a necessidade de uma candidatura própria do PT. E, se afirmar as candidaturas do PT é uma necessidade após a derrota infringida ao partido em 2016, em Belo Horizonte isso é ainda mais verdadeiro. O desastroso apoio ao Marcio Lacerda em 2008 dividiu o partido e teve consequências na campanha seguinte, em 2012.
Passados 12 anos e com o PT reerguido após as eleições presidenciais de 2018, o partido está em condições de se apresentar à população belo-horizontina.
No PED, todas as chapas que concorreram à direção do partido levantaram a proposta da candidatura própria, mas, para surpresa, em maio, surge o “Manifesto por uma BH democrática, popular e progressista”, que propõe a “unidade programática das esquerdas” (ainda que sem nenhuma proposta de programa), assinada por parlamentares do PCdoB, PSOL e vários do PT.
O manifesto, nos fatos, abriu as portas para o deputado Rogério Correia defender a deputada federal Áurea Carolina (PSOL) como candidata a prefeita, tendo o PT como vice. Foi neste processo que teve início a construção da candidatura de Nilmário Miranda, fundador do PT e deputado federal por vários mandatos.
Na prévia, em 04 de julho, para a qual estão inscritas seis pré-candidaturas, com possibilidade de desistências.
Nilmário defende que o PT estabeleça a discussão com os demais partidos que se posicionam contra o governo Bolsonaro e que votam contra as medidas destruidoras dos direitos da classe trabalhadora, mas acredita que o PT tem uma responsabilidade particular no cenário político nacional e tem que ocupar o seu lugar também nas eleições municipais. Se apresenta como candidato para resgatar as administrações municipais do PT, que teve como marca os vários investimentos públicos na saúde, educação e saneamento básico, entre outros.
Sumara Ribeiro