Atendendo ao apelo do presidente, grupos de bolsonaristas espalhados pelo país tentam arrastar empresários e comerciantes no cortejo fúnebre de carreatas que pedem o fim do isolamento social, com a reabertura do comércio e a volta a uma suposta “normalidade”.
Para eles e para Bolsonaro milhares de mortes pelo Covid-19 são aceitáveis para preservar seus negócios. Hipocritamente, no entanto, estes senhores não tem coragem de descer de seus carrões para se manifestar a pé, expostos a possibilidade de contaminação.
Além de cruel, o movimento é prisioneiro de uma falsa dicotomia (Economia x Pandemia). Num momento de crise como esse é o governo que deveria preservar os empregos dos trabalhadores, criando condições para que inclusive comerciantes e pequenos empresários possam sobreviver à crise e reabrir ao fim do período de quarentena.
Bolsonaro, no entanto, aposta no caos.
Enquanto desfilam pelas cidades algumas carreatas enfrentam a fúria e a resistência de pessoas nas janelas que gritam “Fora Bolsonaro” e “assassinos”. Há relatos de objetos atirados nos carros.
Algumas carreatas foram impedidas pela polícia, cumprindo ordem de governadores e prefeitos.
Outras foram ameaçadas de multa pelo judiciário, como no caso do Rio de Janeiro.