Os atos do Dia Internacional de luta da classe trabalhadora foram realizados em todo o país num cenário particular.
Às vésperas do 1º de Maio, a Argentina foi paralisada por uma greve geral de 24 horas em 30 de abril, convocada pelas duas CTAs (Central de Trabalhadores da Argentina) e que ganhou adesão de vários sindicatos de base da CGT (Confederação Geral do Trabalho), contra a política do governo Macri que ataca os empregos, salários e conquistas dos trabalhadores, da mesma forma que a política de Bolsonaro.
Também em 30 de abril, uma nova tentativa de golpe de Estado na Venezuela (ver na página 11) era derrotada pelo governo Maduro, desapontando Trump e os governos a seu serviço no continente.
Aqui no Brasil a CUT e demais centrais sindicais, de forma unitária, convocaram a greve geral contra o desmanche da Previdência para 14 de junho, antecipada por uma greve nacional dos trabalhadores em Educação em 15 de maio.
O maior dos atos reuniu dezenas de milhares de manifestantes em São Paulo, no vale do Anhangabaú. As falas de representantes das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, de sindicalistas da CUT e outras centrais, de partidos políticos (além de Gleisi Hoffman pelo PT, também Haddad tomou a palavra), ecoaram o Lula Livre, presente também em pirulitos e faixas levadas pelos trabalhadores.
Vagner Freitas da CUT, ao lado dos presidentes das demais centrais, submeteu a voto a proposta de greve geral em 14 de junho contra a “reforma” da Previdência de Bolsonaro: “Está aprovado! O Brasil irá parar em defesa do direito à aposentadoria dos brasileiros e das brasileiras. A única forma de barrar essa reforma é fazer o enfrentamento nas ruas. É greve geral”.
Durante a realização do Ato, milhares de adesões ao abaixo-assinado das centrais que exige o voto “Não” dos parlamentares à PEC 06 (Previdência) foram recolhidas em banquinhas, dentre elas a do Diálogo e Ação Petista, espalhadas pelo Vale do Anhangabaú.
Até o 14 de junho é preciso intensificar o trabalho nas bases sindicais e bairros populares de preparação da greve geral. O abaixo-assinado tem se demonstrado um instrumento importante para o diálogo com o povo, que, uma vez esclarecido dos efeitos nefastos da “nova Previdência” de Bolsonaro e Guedes, faz fila para assiná-lo.
Todos os sindicatos estão chamados a fazerem assembleias que decidam pela greve geral, pois é a mobilização por baixo que vai garantir o sucesso da mobilização para derrotar o desmanche da Previdência pública e solidária.
Julio Turra
1° de maio pelo Brasil
No Rio de Janeiro milhares se concentraram na Praça Mauá desde a parte da manhã, onde várias bancas e pessoas de prancheta em mãos recolhiam assinaturas ao abaixo-assinado em defesa da Previdência. Em Volta Redonda, no interior do estado, após panfletagem na porta da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), um grupo de jovens e sindicalistas foram panfletar na fila do desemprego. O relato é que, tanto na CSN quanto na fila do desemprego, a recepção ao material e ao abaixo-assinado foi muito boa (ver pag. 7).
Em Minas Gerais, além dos atos em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte), Juiz de Fora e Uberlândia, na cidade de Mutum houve um debate sobre a Previdência na Câmara Municipal, por iniciativa do DAP e de vereadores do PT.
Em Porto Alegre foi realizada uma marcha pelo centro da cidade, com cerca de 10 mil pessoas. Durante o ato foi reafirmado que as entidades filiadas à CUT assumiram coletar 300 mil assinaturas ao abaixo-assinado em defesa da Previdência no estado. O presidente da CUT RS, Claudir Nespolo, enfatizou na sua fala que é necessário continuar debatendo com os trabalhadores sobre a prisão injusta de Lula e a necessidade de sua libertação.
Em Fortaleza também houve caminhada, pela orla. Palavra de ordem de boa repercussão, “é geral, é geral, o campo e a cidade vão fazer greve geral” foi entoada com entusiasmo. O DAP montou banca de filiação ao PT no fim da marcha, onde houve concentração e shows Em Recife, no ato na praça Derby, o presidente da CUT estadual Paulo Rocha ressaltou a unidade histórica entre as centrais na luta em defesa da previdência e a importância de se ter convocado a greve geral de 14 de junho.
Na Bahia houve atos em Salvador e em cidades do interior. No ato da capital o presidente da CUT Bahia, Cedro Silva afirmou que “fazemos o primeiro de maio não só para ouvir música e dançar, mas para denunciar o desmonte do país, a destruição dos projetos sociais, o fim do ensino público. É por isso que dizemos não à reforma da Previdência, por que a economia que querem fazer de um trilhão é em cima dos 85% mais pobres!”. No mesmo ato o comerciante Edmundo Santos, 59 anos, que há 30 anos vende caldo de cana na Barra, que olhava atento toda a movimentação, afirmou: “o povo precisa acordar, estou nessa idade e nem sei se agora vou me aposentar, diminuiu minhas vendas e o prefeito ainda quer me tirar aqui da Barra que é bairro de rico, e eu vou viver de quê? […] Tomara que Lula seja solto e volte logo, para os trabalhadores terem uma vida melhor!”. Em Feira de Santana também houve banca do DAP com abaixo-assinado e filiações ao PT.
Correspondentes