Professores vão parar em 15 de maio. UNE chama a engrossar paralisação

A Confederação Nacional dos Tra­balhadores em Educação (CNTE, filiada à CUT) realizou de 22 a 26 de abril a 20ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública que teve como objetivo denunciar a situa­ção na qual se encontra a educação no país. De norte a sul houve mobilizações, paralisações, assembleias, demonstran­do uma enorme disposição de luta frente aos ataques desenvolvidos pelo governo Bolsonaro. As assembleias ratificaram a proposta do Conselho da CNTE. A CNTE reúne em sua base quatro milhões de professores e técnicos educacionais, uma força considerável da luta para barrar estes ataques.

No calendário proposto pela CNTE está o dia 15 de maio como greve geral na educação básica, buscando outras categorias para se somar na luta e se colocam à disposição para construir a greve geral do conjunto dos trabalha­dores contra a reforma da Previdência do Bolsonaro que atinge duramente os professores.

A Confederação Nacional dos Traba­lhadores em Estabelecimento de Ensino (CONTEE, que representa os professo­res da rede privada de educação) aderiu à greve nacional da educação.

O Presidente da CNTE, Heleno Araú­jo, em Audiência Pública no Congresso deixou claro: “não retirando a proposta, no dia 15 de maio vamos parar todo o país, na perspectiva de avançar pela jus­tiça e pelos direitos dos profissionais da educação” (site da CUT). Dias depois a maioria dos deputados na Comissão de Constituição de Comissão e Justiça (CCJ) deram parecer favorável a trami­tação da PEC 06/19, da reforma da Pre­vidência. Portanto a greve da educação é mais do que necessária para defender as aposentadorias dos professores.

Um dia nacional de luta

A CUT em sua reunião da Direção Nacional de 23 e 24 de abri, decidiu dar todo apoio à greve geral da educação e convoca as demais categorias a cons­truir nesta data um Dia Nacional de Luta Contra a Reforma da Previdência, passo fundamental na construção da Greve Geral para 14 de junho aprovada nos atos de 1º de maio.

Em São Paulo, os professores reali­zaram assembleia no dia 26 de abril e tomaram a decisão de aderir à greve geral da educação, em luta também no estado exigindo do governo João Doria (PSDB) o atendimento de suas reivindicações. Reinaldo Matos (direção da APEOESP, sindicato da categoria), explica: “vamos à luta nacional na greve geral dia 15 de maio contra a reforma da Previdência e também exigimos nossas reivindicações como reajuste 14,54%, aplicação da lei do piso, exi­gência do cumprimento da meta 17 quanto à contratação de professores da categoria ‘O’ garantido direito para esses professores e combate a violência nas escolas”.

De Temer a Bolsonaro: ataques à Educação

O ataque à Educação se desenvol­ve desde o governo Temer quando aprovada a Emenda Constitucional nº 95/2016 e a Reforma do Ensino Médio. O governo Bolsonaro, que resolveu transformar a Educação e os seus trabalhadores em inimigos, não poupa ataques: projetos de militari­zação das escolas, o chamado “Escola sem Partido”, que pretende calar os professores, abandono das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) no que diz respeito ao financiamento da educação, formação profissional, pisos salariais para os profissionais da educação. Uma política em cuja linha de frente está o ministro da Educação Abraham Weintraub. Embora seja professor licenciado da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), é um economista que na iniciativa privada prestou serviços por 18 anos ao Banco Votorantim e foi sócio de uma consul­toria, a Quest Investimentos. Nessas mãos foi entregue a Educação!

João B. Gomes


Engrossar dia 15 de maio

A UNE que também repudiou a retaliação, declarou Bolsonaro e Wein­traub como “inimigos da educação” e convocou os estudantes para uma ampla mobilização com assembleias e reuniões para engrossar dia 15 de maio, greve nacional convocada pela Confederação dos trabalhadores em educação (CNTE-CUT). Sim, esse é o caminho, fortalecer a resistência e ampliar a luta em defesa dos direitos.

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