O sábado 24 de julho viu, pela quarta vez consecutiva, as ruas das capitais e centenas de cidades brasileiras tomadas por manifestações de massa pelo fim do governo Bolsonaro. Elas se deram globalmente no mesmo patamar das anteriores, sendo maiores ou menores de acordo com as distintas cidades, o que vale dizer que ainda não tiveram um crescimento significativo na presença do “povão” que mais sofre com a crise econômica, social e sanitária, a qual se amplia a cada dia a mais que o governo Bolsonaro exista.
Nas vanguardas que participam das reuniões virtuais da Campanha Fora Bolsonaro – frentes, partidos e organizações populares – começou uma discussão sobre um eventual “cansaço” dos atos de rua, a busca por “novas formas mais criativas” e outras “explicações” superficiais do gênero. Uma coisa é certa, é preciso continuar ocupando as ruas do país, mas, como dizia o panfleto do DAP distribuído em 24 de julho, “as mobilizações de rua devem somar-se a paralisações e à preparação de uma greve geral que expulse essa quadrilha do Palácio do Planalto”.
Tanto no antecipado dia 3 de julho, como agora no dia 24, os partidos de oposição, mas não só, tentaram direcionar a revolta contra o governo Bolsonaro ao impeachment do presidente. Há gente que diz que como o atual Congresso não votará o impeachment há um “impasse”. Mas as ruas gritam pelo fim desse governo, e não para substituir Bolsonaro por Mourão e seguir a mesma política de destruição da nação.
Não se trata de convocar um ato atrás do outro, o que se trata é de buscar a classe trabalhadora, os setores oprimidos das periferias, ouvir e expressar as suas reivindicações e combiná-las com a luta pelo fim do governo Bolsonaro. A entrada em cena da classe trabalhadora com seus métodos de luta – paralisações e greves – é fundamental. Daí a importância da preparação de uma jornada de luta e paralisações ao redor da greve que se prepara no funcionalismo para 18 de agosto.
No interior desse movimento contra o governo Bolsonaro, deve-se abrir a discussão sobre a saída política que significaria dar a palavra ao povo, através de uma Assembleia Constituinte Soberana, para reconstruir a nação e livrá-la das atuais instituições apodrecidas e sob tutela militar. Agora e já, Fora Bolsonaro e seus generais!
Julio Turra