Neste 1° de maio o Jornal O Trabalho comemora 42 anos de existência ininterrupta. São 42 anos de um órgão da imprensa dos trabalhadores sustentado exclusivamente pelos próprios trabalhadores, a serviço da luta de classes. Para marcar essa data decidimos iniciar a nossa seção “memória”, disponibilizando a cada semana uma edição antiga, na íntegra, com um índice de todo o conteúdo.
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Esta é a edição n° 0 do Jornal O Trabalho. Lançada em 1° de maio de 1978, impulsionado pela então Organização Socialista Internacionalista (mais tarde corrente O Trabalho do PT) a edição destacava na capa o chamado a um 1° de maio construído de forma independente pelos trabalhadores previsto para Osasco em plena ditadura.
Confira abaixo o índice da edição
Página 1
– Capa: Foto do 1° de maio de 1968 na praça da Sé
– Editorial: O 1° de maio de 1978 “Quinze oposições sindicais e movimentos de trabalhadores anunciam para o próximo dia 1° de maio em Osasco, a realização de uma manifestação operária (…)”
Página 2
– Apresentação
“Na história que os trabalhadores escrevem, os jornais quase sempre foram personagens indispensáveis(…)”.
– Em Osasco, patrões atacam a oposição
“Durante o processo das eleições para o sindicato dos metalúrgicos de Osasco, em março, os patrões haviam demitido inúmeros operários que se identificavam com as propostas de luta da Oposição (…)”.
– Dubladores: a greve continua
“Reunidos no ultimo dia 17, no teatro Aliança Francesa, os 80 dubladores do Estado, ligados ao sindicato dos Artistas e Técnicos em espetáculos de diversões em São Paulo decidiram continuar com a greve iniciada a 4 de março (…)”.
– Equipe: ao fim da greve, a vitória
“Por participar de uma reunião para discutir atraso de salários, deixando de dar aulas neste dia, uma professora de geografia do Grupo Equipe foi demitida (…)”.
– Os professores diante do arrocho
“Municipais, estaduais, e universitários enfrentam um mesmo problema: os salários muito baixos. As mobilizações já começaram (…)”
– No sul, censura na vitória do pelego
“As eleições para a escolha do da nova diretoria do Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul, realizadas a 8 de abril deram a vitória para a chapa de situação dirigida pelo atual presidente Hermes Zanetti (…)”.
– Luta pela Terra
Alagamar, Paraíba – “A história de algumas centenas de famílias de camponeses que fizeram nascer o feijão e outros alimentos em terras que nada produziam. Ameaçados pelas cercas, pelos homens, e pelos tratores dos latifundiários, elas resistem. Em João Pessoa, na Paraíba já conseguiram reunir mais de 300 pessoas num ato de Solidariedade (…)”.
– Expediente
“Editores: Paulo Moreira Leite, Edmundo Machado, Sandra Carvalho, Arthur Pereira Filho e Celso Marcondes (…)”
Página 3
– UEE: eleições para a maior entidade livre
“Dias 4 e 5 de maio serão dias decisivos para os estudantes paulistas. A partir daí uma nova etapa será iniciada no movimento estudantil brasileiro. A União Estadual dos Estudantes – UEE – terá sua primeira diretoria eleita desde 1968(…)”.
– Arrocho: ministros não resolvem a velha discussão
“Em jogo a mais velha discussão: salários. Quando os trabalhadores começam a se mobilizar, um ministro do governo apresenta (e depois retira) um tal “Projeto Robin Hood”, outro vem a São Paulo e só promete pensar nas queixas que ouviu(…)”.
– Bancários denunciam pressões sobre a oposição
“O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Francisco Teixeira, mandou publicar nos jornais uma nota acusando a Oposição Bancária de fazer “agitação(…)”.
– Na Mercedes, luta contra as demissões
No mês de março operários de pelo menos 5 seções da Mercedes-Benz realizaram paralisações relâmpago, exigindo aumento de salários(…)”.
Páginas 4 e 5
– 1° de maio (1968 – 1978)
“Em abril dezenas de pelegos reunidos no Movimento Internsindical Antiarrocho (MIA) prepararam a festa do Dia do Trabalho em grande estilo convidando o governador Abreu Sodré e distribuindo 500 mil convocatórias para a manifestação da Praça da Sé. O sindicato dos metalúrgicos de Osasco, contudo, soltou milhares de panfletos pregando um 1° de maio de luto e de luta e não de festa. A União Estadual dos Estudantes (UEE) igualmente distribuiu comunicados com críticas aos pelegos e a defesa da greve como forma mais consequente de combater o arrocho. Alguns dias antes da concentração, estudantes da USP espalhavam cinco mil folhetos nos trens de subúrbio entre São Paulo e a região industrializada do ABC, convocando para uma jornada combativa.
Durante toda a semana, 50 mil convocatórias estarão sendo distribuidas entre os trabalhadores da Grande São Paulo, chamando-os à realização de um 1° de Maio Operário e Unitário, programado para Osasco. A decisão de comemorar a data é assumida pelas principais oposições sindicais e movimentos de São Paulo, e ocorre exatamente 10 anos depois da ultima manifestação operária ocorrida no 1° de maio. Nesse ato, diz a convocatória, os trabalhadores pretendem reivindicar o fim do Arrocho Salarial, Liberdade Sindical, Direito de Greve. Aumento Imediato de 20%. Salário Mínimo Nacional. Anistia Todos os Presos e Perseguidos Políticos. Liberdade de Organização e Manifestação dos Trabalhadores.
Página 6
– Entrevista com Mário Pedrosa
“Nesta entrevista Mário Pedrosa conta como a campanha pela frente antifascista foi lançada no dia dos Trabalhadores pela LCI (trotsquista), Partido Socialista e anarquistas. O Partido Comunista só iria aderir mais tarde, numa grande luta na Praça da Sé, a 7 de Outubro de 1934, quando os operários unidos, em meio a grande tiroteio, impediram um desfile integralista (…)”.
– Os anarquistas na luta pelas 8 horas de trabalho
“A classe dominante sempre colocou uma bomba nas mãos dos anarquistas, somente uma bomba e mãos individualizadas (…)”.
– Em 63, sindicatos pedem reformas
“No dia 1° de maio de 1963, o ultimo dia dos trabalhadores comemorado antes da derrubada do governo constitucional de João Goulart pelos militares, milhares de operários e camponeses saíram às ruas das principais cidades do país para fazer passeatas e comícios (…)”.
Página 7
– Estados Unidos: Na mais longa greve, os mineiros mostram a sua força
“Foram necessários 109 dias de luta para os mineiros americanos imporem aos proprietários das minas de carvão e ao governo, o respeito aos seus direitos já conquistados e à satisfação de reivindicações básicas”
– Itália: As novas armas contra os trabalhadores
“Escuta telefônica, prisão por um período de 24 horas sem qualquer acusação e sem direito a advogado, invasão de residências, sedes de partidos e sindicatos sem mandado judicial, são algumas das arbitrariedades legalizadas pelo congresso italiano com todo apoio do Partido Comunista Italiano, após o sequestro de Aldo Moro, ex primeiro ministro e principal dirigente da democracia Cristã (…)”.
– França: O PC não quer ganhar as eleições
“A política de divisão do PCF foi a responsável pela derrota da esquerda nas eleições (…)”.
Página 8
– Anistia
Ato no dia 12 de maio; a história de José Ibrahim, José Barbosa, Manoel da Conceição, Osvaldo Pacheco da Silva; Presos políticos em greve de fome; O que os sindicatos pensam da anistia.