Recebemos essa mensagem dos companheiros João B. Gomes (Joãozinho) e Marize Carvalho, ambos da Executiva Nacional da CUT sobre a presença do ex presidente golpista FHC no ato unificado do 1° de maio.
“Companheiros e companheiras,
Na véspera do 1o de Maio unificado promovido por centrais sindicais, a Executiva nacional da CUT voltou a reunir-se virtualmente para decidir o que fazer diante da confirmação ou não do envio de vídeos de falas de inimigos da classe trabalhadora para o ato.
Faz parte da democracia sindical a prestação de contas do mandato que recebemos no 13o CONCUT, é o que estamos fazendo neste texto.
A reunião foi informada que nem Maia, nem Alcolumbre e nem Tóffoli tinham enviado suas falas até o horário fixado, mas que FHC o fizera (além de Marina, Ciro e outros “convidados”).
Coerentes com nossa posição de que inimigos da classe trabalhadora não devem ter lugar no Ato de 1o de Maio, propusemos que a CUT fosse contra incluir o vídeo de FHC no “palanque virtual”. Se não foi a nossa central que o convidou, como foi dito na reunião, os que o fizeram não poderiam impor a presença do ex-presidente privatizador e flexibilizador de direitos sem o nosso acordo, argumentamos.
A grande maioria dos membros da Executiva presentes demonstraram inconformidade e oposição à presença de FHC no Ato de 1o de Maio, alguns poucos tentaram justificá-la em nome de um “frentão” contra Bolsonaro ou que “ficaria mal” vetar convidados. A reunião esteve a ponto de adotar uma nota que condenava a presença de FHC, mas numa discussão de encaminhamento apareceu a proposta de não tirar nota e fazer a discussão sobre essa presença incômoda no balanço posterior ao 1o de Maio.
Mantivemos a posição de adotar a nota, dirigida à base cutista, proposta feita no debate inclusive por dirigentes da força majoritária (ArtSind), mas acabamos ficando em minoria, ao lado de companheir(a)os de outras forças (a CSD se absteve). Assim, a maioria esmagadora da Executiva se declarou contrária à presença de inimigos de classe no 1o de Maio, mas a nota que poderia expressar essa posição junto à base cutista não foi adotada!
De nossa parte reafirmamos que neste 1o de Maio, que ocorre num momento difícil para classe trabalhadora, temos que enfrentar de peito aberto os nossos exploradores e seus representantes políticos, pois, como dizia a resolução aprovada por essa mesma Executiva em 27 de abril: “Para a CUT, essa pauta da classe trabalhadora dá conteúdo à luta pela democracia e pelo fim do governo Bolsonaro, como decidido em nosso 13º CONCUT, que hoje se traduz no Fora Bolsonaro!”.
Chamamos todos e todas cutistas a manifestar o seu repúdio à presença de FHC no 1º de Maio e por todos os meios virtuais possíveis “vaiá-lo”: Fora FHC do 1o de Maio!
30 de abril de 2020
João Batista Gomes (Joãozinho)
Marize Carvalho
Viva o 1º de Maio, Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora!”