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Capa

– Bancários voltam às urnas para garantir a vitória da oposição
Apesar de ganhar as eleições, a oposição bancária não levou por não ter atingido maioria absoluta. A legislação-CLT obriga a realização de uma segunda votação.

Página 2

– Servidores abrem campanha salarial unificada
Rompendo com as barreiras de uma categoria sem direito à sindicalização, e portanto à reivindicações e dissídios, diversos setores de funcionalismo decidiram iniciar uma campanha salarial conjunta para unificar os 400 mil servidores frente a um único patrão, o Governo Estadual.

– Vale do Ribeiro: em luta pela terra
A situação torna-se cada vez mais dramática, com constantes ameaças e perseguições. No entanto, os camponeses redobraram os seus ânimos e, organizando-se, mantém a mobilização na defesa das terras em que trabalham.

– Estudantes: a batalha contra o ensino pago
Os estudantes fazem campanha de boicote às matrículas em inúmeras escolas diante do aumento das anuidades. O combate contra a Reforma Universitária – cujo um dos pilares fundamentais é o preço cada vez mais extorsivo do direito ao ensino – poderá ser um dos sustentáculos mais importantes para a reconstrução da UNE.

– Notas
Fundo de desemprego. Persiste o esforço de diversos setores de trabalhadores para organizar um Fundo de Greve.
BH: professores unidos. Professores da rede particular e da rede oficial, sindicalizados ou não, são convidados a participar de uma reunião para organizar a luta.
Bancários e as 6 horas. Bancários de BH realizaram assembleia para discutir as formas de luta em defesa das 6 horas de trabalho.
Trabalhadores hípicos. Iniciado o processo de negociação com os patrões, os trabalhadores hípicos apontam reivindicações indispensáveis.
Petroleiros em luta. Sindicatos reivindicam reposição salarial.
Metalúrgicos/Campinas. Assembleia promete ser importante para encaminhar a luta pelos 77,1% de aumento e organizar as comissões de fábrica.

Página 3

– Campanha salarial no ABC: a estreia do PT
Assim que foi aprovada uma moção pela fundação de um “Partido dos Trabalhadores” começavam duas grandes campanhas salariais de metalúrgicos: em São Bernardo e em Santo André. Lula e Marcílio estreiam junto à classe operária como os dois mais destacados dirigentes pró-PT. Defendendo um índice de 34,1% acima do fator de reajustamento decretado pelo governo, Lula começa a abrir mão da negociação direta, legitimando a interferência do governo.

– Médicos x Hospital
A diretoria do Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes demitiu quase uma centena de seus médicos residentes e cassou a bolsa dos internos (estudantes de último ano de medicina). São profissionais que reivindicavam melhorias nas condições de trabalho, no atendimento à população e equiparação de seus salários com o piso conseguido pela categoria nas campanhas do ano passado.

– A anistia vai às ruas
A divulgação, as mobilizações e o retorno dos primeiros exilados, a ditadura militar se vê obrigada a lançar uma proposta de “anistia lenta e gradual”. É clara a necessidade de esterilizar uma luta que começa a assumir proporções significativas. Para o regime trata-se de um gesto de “conciliação”. Para os trabalhadores, a anistia faz parte de um processo que começou a fazer desmoronar o edifício ditatorial e a arrancar as respostas às suas necessidades.

Página 4

– Editorial: Irã, CIA e Brasil
Até a CIA já percebeu: o Brasil pode transformar-se num novo Irã. Foi essa a advertência feita pelos seus agentes ao governo norte-americano, assim que a mobilização de milhões de iranianos acabou com a festa do xá Pahlavi e sua polícia política, ameaçando os lucros fáceis dos investimentos norte-americanos e da burocracia do Kremlin. Ao mesmo tempo, a CIA recomendava a Jimmy Carter que prestasse mais atenção às articulações das oposições existentes, aproximar-se delas e até mesmo cortejá-las. Ela se referia aos avanços do movimento de massa contra diversas ditaduras na América Latina.

– PT: na crise todos os gatos são pardos
Ao contrário de Brizola e do MDB, as lideranças sindicais que articulam este Partido dos Trabalhadores são obrigadas a responder diretamente às lutas e reivindicações que os trabalhadores estão colocando em suas campanhas salariais. (…) 1. O que dá unidade a este PT é a defesa da atual estrutura sindical. 2. O objetivo dessa articulação é destruir as oposições sindicais. 3. É impossível fundar um partido operário com base nos atuais sindicatos.

Página 5

– O MDB à beira da insolvência
Paralisia política. Foi esta a única resposta que o MDB pode dar ao debate sobre a formação do Partido dos Trabalhadores. Com exceção, é claro, dos membros da Convergência Socialista e do futuro PTB: uns e outros juram que é por este partido que sempre combateram.

– Oposições sindicais: está aberta a discussão
Clóvis, da chapa 3 de metalúrgicos em São Paulo, acha que “a idéia [do PT] é válida, mas não da forma que surgiu em Lins, sem o mínimo respaldo da classe operária”. Elcio, também da chapa 3, opina que “a criação de um partido deve estar ligada às lutas da massa e não aos que dela estão distantes, lutas inclusive que são levadas sem esses dirigentes que estavam em Lins”

Página 6

– O outro lado forte dos caminhões Ford é o lucro
Os problemas do meio ambiente são políticos, e só os trabalhadores podem resolvê-los.

– Amazônia
Em 1920, o criativo magnata norte-americano Henry Ford teve uma brilhante ideia para aumentar ainda mais seu império bilionário: criar uma cidade pré-fabricada na Amazônia, no centro de um milhão de seringueiras. Não hesitou em botar a floresta comprada a dólares abaixo para executar seu plano, à margem esquerda do rio Tapajós.

– Calamidade
A tragédia que atingiu a população de vários estados brasileiros em decorrência das violentas inundações deste mês não abalou o futuro presidente, João Batista Figueiredo. Enquanto os jornais estampavam em manchetes que o número de mortes chegava a centenas e o de desabrigados atingia a casa das centenas de milhares, ele ainda encontrava energia para o humor ácido. E descontraidamente, brincava: “Deus deveria distribuir a chuva, já que não pode distribuir a renda”.

– Debate: a crise do meio ambiente
No Brasil, os protestos contra a destruição da Amazônia pelas grandes empresas cobriram todo o país; no Japão, milhares de jovens entraram em choques com a polícia, em verdadeiras batalhas de rua, na tentativa de impedir a construção e a abertura do aeroporto supersônico de Narita; na Suíça todos os habitantes de uma pequena cidade ocuparam o terreno de uma futura usina nuclear para bloquear sua instalação.

Página 7

– Irã: a Revolução está nas ruas. Bakhtiar entrega o poder e foge, é apenas o começo
“Esta é a voz da Revolução. A ditadura terminou”. O locutor da rádio de Teerã, ocupada pelos trabalhadores após a retirada das tropas do exército, anunciava o sucesso obtido pelas massas iranianas que conseguiram barrar uma tentativa desesperada do ministro Bakhtiar de por fim às manifestações pelo fim da monarquia. (…) O descontentamento das massas iranianas foi capaz de abrir seu próprio caminho e derrubou uma tirania.

Página 8

– Oposição bancária: repetir a dose!
Enfrentando uma legislação elaborada para impedir a livre manifestação dos trabalhadores, mesários profissionais da corrupção, listas fajutas, pressões dos banqueiros: ainda assim a Oposição venceu. Por não ter obtido maioria absoluta dos votos, foi marcado segundo escrutínio. A situação é difícil: mesmo se vencer, nada garante à Oposição que sua posse será sacramentada. Os pelegos e o Ministério do Trabalho poderão utilizar da impugnação da vitória da Oposição, o que a atual legislação lhes permite sem maiores problemas.

– Desta vez, Chico pelego se melou
29 entidades sindicais protestaram publicamente contra atitude dos pelegos bancários: “Os dirigentes sindicais abaixo assinados vêm a público deplorar e repudiar a atitude da ‘Chapa 1’ que concorre à reeleição da diretoria do Sindicato dos Bancários da Capital, que fez publicar ontem na imprensa nota oficial contendo acusações à sua concorrente ‘Chapa 2’ (…)”.

– Uberlândia: oposições unidas
Em Uberlândia foi realizada a I Reunião Nacional das Oposições Bancárias, com a participação das Oposições de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, sindicalistas de Araguari, Uberaba e Campinas, e representantes dos sindicatos de Porto Alegre e Uberlândia. Foram estes movimentos que elaboraram um documento de protesto durante o Congresso de Bancários realizado em Araxá, Minas Gerais, dominado pelos pelegos (vide O Trabalho nº 16).

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