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Apresentamos a edição 018 do Jornal O Trabalho, publicado em 06 de MARÇO de 1979 pela Organização Socialista Internacionalista que posteriormente, tornaria-se Corrente O Trabalho do PT. A presente edição traz em sua capa o chamado a resistência contra Figueiredo, novo general que se tornava presidente, de um Brasil ainda sob ditadura militar. A edição traz matérias sobre a importância da reconstrução da UNE, a defesa contra a guerra estampada em um mural em Pequim, além da preparação da greve do ABC, a oposição dos bancários, a discussão sobre mulher e política, entre outros.
Confira abaixo o índice da edição:

– Capa

– Dia 15, todos contra Figueiredo

– Página 2

– A luta pela reconstrução da UNE
“A luta pela União Nacional dos Estudantes é o eixo em torno do qual deverão se desenvolver todos os combates dos estudantes a nível nacional em 1979. Está marcado para maio o Congresso Estudantil que deverá marcar a sua reconstrução; porém desenvolver as lutas concretas que ocorrem no momento é a única garantia de reconstrução de uma entidade realmente independente e representativa.”

– A resistência dos trabalhadores na Paraíba
“Há quase quatro anos que os agricultores arrendatários do Sítio Capim-de-Cheiro (…) vêm lutando pela permanência na terra contra os desmandos da Usina Nossa Senhora das Maravilhas. Essa empresa, usando da corrupção e de violência, tenta expulsar 120 famílias que vivem na área.”

-Notas: Campanha Salarial na Sabesp
“A oposição sindical da SABESP-CETESB está realizando reuniões para discutir o encaminhamento de campanha salarial da categoria (…) Cerca de 68 pessoas compareceram na última reunião, onde decidiram lutar por 70% de aumento sem descontos e organizar as Comissões por Seção”

Página 3

– Bancários: a oposição ganhou. E agora?
“Depois de ver derrotada a Chapa 1 por duas vezes nas urnas (…) depois de prorrogar por mais três dias o mandato do pelego Chico Teixeira, depois de muitas ameaças e insinuações, a DRT não teve outra alternativa senão proclamar a Chapa 2, de oposição, como legítima vencedoras das eleições (…) Certamente o governo, agora, tentará enquadrá-la colocando os novos diretores sob seu controle através da legislação sindical. Caberá a diretoria o combate consequente pela satisfação das reivindicações dos bancários. E isso quer dizer lutar para livrar-se da tutela do Ministério do Trabalho. A chapa 2 não poderá cumprir seu programa se não agir assim.”

– Greve vitoriosa em Campinas
“Os motoristas e cobradores de ônibus de todo o país estão reagindo contra a situação de superexploração a que estão submetidos, como demonstram as greves gerais no Rio (16 de janeiro) e em Jundiaí (14 de fevereiro). ”

– Queremos reposição
“Rompendo o ritual de vários anos, os trabalhadores petroquímicos da Grande Salvador, Bahia, recusaram a tradicional antecipação salarial que os patrões concedem em fevereiro, a ser descontada no dissídio em setembro, e partiram para uma campanha de reposição salarial de 30%, conforme uma decisão de uma assembléia que reuniu cerca de 40 trabalhadores, onde 22 deles foram eleitos para compor uma comissão de negociação”

– Campanha Unitária
“A campanha salarial dos 400.000 funcionários públicos de São Paulo se aproxima de momentos decisivos: no próximo dia 12 entregarão ao governador a carta de reivindicações, tendo como eixo principal o reajuste de 70%.”

Página 4

– As promessas do regime: Fome, peste, morte, guerra
“Com quem está esse governo? Depois de quase 15 anos de ditadura, não é justo alimentar muitas dúvidas com o imperialismo e as grandes empresas nacionais e estrangeiras. Que o digam os 30 milhões de brasileiros (…) que vivem num estado que a própria ONU, sempre muito prudente em seus tratados e designações, classifica ‘pobreza absoluta’. Explicando melhor, é uma gente que não dispõem sequer de Cr$ 2.661,00 para gastar com alimentos por ano. (…) Comprometendo-se profundamente com o imperialismo, o regime não tem o menor interesse em evitar a sua penetração na economia brasileira. Ao contrário, sabe que só estimulando essa penetração é que vai conseguir manter a ordem política vigente”

– Editorial: Dia 15, um ato contra a ditadura
“Dia 15, um novo general toma posse. (…) É claro que, como todo herdeiro que se preza, Figueiredo tem sua marca registrada. No caso em questão, sua marca é a de ‘Promotor da Democracia’, uma cortina de fumaça através do qual Figueiredo pretende entrar na história. Só que sempre é bom lembrar, trata-se da história sangrenta escrita pelos generais contra o povo brasileiro. A mesma vitória que hoje se esfarela diante do movimento dos trabalhadores. A profunda derrota da ditadura militar nas eleições de novembro, quando os votos nulos, brancos e abstenções alcançaram o índice de 44% do eleitorado (cerca de 20 milhões de brasileiros), mas os votos dados ao MDB, que carregam também a marca de recusa do governo, expressou precisamente a que distância os trabalhadores se encontram hoje os governantes deste país”

Página 5

– Figueiredo, seus amigos e a democracia
“Apesar das cores amenas com que Geisel pintou seus 5 anos de exercício ditatorial em recente mensagem ao Congresso, salta à vista a incompatibilidade dos atos de seu governo (…) Entretanto há quem acredite que vivemos de fato um tempo de democratização, e que caberá ao governo Figueiredo a iniciativa de levar adiante esse processo. (…) De fato, quem acredita na democratização com Figueiredo é quem sustenta o governo (atual e futuro), tanto em palavras como em ações. A ditadura militar no Brasil se encontra acuada por um ascenso do movimento de massas que tende atualizar no Brasil o movimento ascendente dos trabalhadores a nível mundial (…).”

Página 6

– Sindicatos espanhóis
“A história das Comissões Operárias espanholas mostra como um movimento espontâneo do proletariado, surgindo no interior de grandes combates contra a ditadura de Franco, pode ser transformado num instrumento de defesa das instituições fascistas, de divisão da classe operária no plano sindical e de colaboração de classe. De órgão elementar”

– Mulher e Política
“Durante as greves do ano passado, as mulheres ficaram nas portas das fábricas, a fim de garantir a adesão de todos os companheiros de trabalho, percorreram as seções das indústrias para suspender inesperadamente, o serviço; compareceram em peso às assembléias sindicais, quando foram convocadas, como no caso da categoria metalúrgica. Enfim, as mulheres participaram com bastante peso da onda grevista. (…) A grande maioria é obrigada a resolver sozinha as tarefas domésticas, como preparação da comida, a limpeza da casa e educação dos filhos. Além, é claro, de se deparar, como todo trabalhador, com a repressão dos patrões e do regime militar”

Página 7

– Quem tem medo da revolução?
“A crise revolucionária aberta no Irã marca uma nova etapa na luta de classes a nível mundial. Em toda parte, a luta dos trabalhadores e das massas exploradas em busca da satisfação de suas reivindicações se amplifica, chocando-se frontalmente contra as instituições da burguesia, contra os aparelhos do Estado. (…) A situação é explosiva e não somente na Europa. A ‘ordem’ mundial, imposta pelo imperialismo norte-americano e pela burocracia da União Soviética após a II Guerra está em processo de decomposição.”

– A guerra das burocracias
“O que a China está fazendo no Vietnã? As explicações que a burocracia oferece não conseguem satisfazer os trabalhadores e a juventude chinesa. Na semana passada, a atenção de milhares de pessoas que passavam pelo centro de Pequim se voltou para um dazibao intitulado ‘abaixo a guerra’, que criticava a agressão chinesa e pedia a retirada das tropas do Vietnã”

Página 8

– Vai dar greve
“Metalúrgicos do interior de São Paulo, deram início à Campanha Salarial com assembléias nas diferentes cidades do Estado. São 500.000 trabalhadores e 34 entidades sindicais envolvidas no processo onde o que está em jogo é nada mais nada menos do que como encaminhar a luta para satisfazer as reivindicações, ou seja, como derrubar o arrocho salarial e seus índices permanente abaixo do custo e das necessidades de vida dos trabalhadores”

– A luta contra as demissões
“Nos próximos meses, trabalhadores de diversas categorias estarão realizando campanhas salariais, movimentos reivindicatórios e eleições sindicais. Num movimento intenso, procurarão se organizar para vencer a repressão organizada dos patrões e dos pelegos e garantir a sua vitória.”

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