A Fentect-CUT (federação nacional dos trabalhadores dos Correios) convocou um ato público nacional em Brasília em 13 de julho, em defesa da Empresa de Correios e Telégrafos pública (ECT), contra a sua privatização pretendida pelo governo Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes.
Vinte sindicatos estaduais filiados à Fentect enviaram seus representantes à capital federal onde, ao lado de representantes da CUT e de outras categorias solidárias com a luta, manifestaram-se na Esplanada dos Ministérios, exigindo do Congresso a rejeição do projeto de lei de privatização dos Correios.
Projeto que estava pautado para votação na data da manifestação, mas que pela pressão dos trabalhadores e seus sindicatos, acabou sendo retirado da ordem do dia. Entretanto ele continua pairando como uma ameaça ao patrimônio público que são os Correios.
A ECT atende mais de cinco mil municípios de norte a sul do país e sua privatização traria enormes prejuízos para o povo.
Cerca de cem mil trabalhadores ecetistas podem vir a ser demitidos se ocorrer a entrega dos Correios à iniciativa privada, somando-se aos 15 milhões de desempregados já existentes no país.
Todos sabem que as empresas privadas que vierem a assumir os serviços postais hoje prestados pela ECT, caso ocorra a privatização, vão aumentar os preços e, em nome da rentabilidade, irão fechar muitas agências país afora. E isso quando a empresa pública dá lucros (em 2020 de R$ 1,5 bilhão). Até a Procuradoria Geral da República opinou junto ao STF que é inconstitucional a privatização total dos Correios.
Unidade em defesa das estatais
Bolsonaro e Guedes querem entregar nossas estatais para as empresas privadas, assim como foi feito com a Eletrobrás. Também são alvos, além dos Correios e a Petrobrás, outras empresas públicas.
O que exige unidade de todos os sindicatos e setores que defendem o patrimônio público e a soberania nacional contra essa pirataria das privatizações.
É preciso partir de uma ação unitária, ir à população denunciar o que está em jogo e os prejuízos que ela irá sofrer com as privatizações. Um grande movimento nacional que naturalmente se ligará à luta pelo fim imediato do governo Bolsonaro e sua política de entrega do patrimônio público aos apetites dos capitalistas nacionais e estrangeiros.
As manifestações de rua do próximo 24 de julho devem, a partir inclusive da presença dos trabalhadores dos Correios e das demais estatais, incluir na larga lista de crimes cometidos pelo governo Bolsonaro contra a nação brasileira, a entrega das empresas públicas através das privatizações.
Nem um dia a mais para o governo Bolsonaro! Abaixo as privatizações!”
João B. Gomes