Encontro contra a guerra na base da Otan de Ghedi

Domingo, 2 de abril, os militantes da União Popular e do Poder ao Povo organizaram um encontro em Ghedi, na Lombardia.

Na pequena cidade próxima à Bréscia, há um aeroporto militar, Luigi-Olivari, gerenciado pela Aeronáutica militar italiana. Essa base é classificada como Main Operating Base e, portanto, está ligada à Otan. O aeroporto abriga mais de quarenta armas atômicas dos tipos B61. A B61 é uma bomba H, que faz parte do arsenal estadunidense em uso desde 1960. A Itália abriga mais de 120 bases da Otan em seu território.

Não à guerra! Não à OTAN! Não ao envio de armas!
Dezenas de militantes se reuniram com bandeiras e uma grande faixa em que se podia ler: “Não à guerra! Não à Otan! Não ao envio de armas!”.

Os militantes do Poder ao Povo (Potere al Popolo) de Milão, Bianca Tedone e Giorgio Cremaschi, falaram no ato. 

Eles disseram sobre a importância desse encontro: “Nós estamos aqui, hoje, para continuar com a mobilização contra a guerra. Uma guerra que corre o risco de caminhar para uma escalada generalizada e, também, um risco nuclear, alimentados pelas políticas de guerra de nosso governo, a união nacional dos partidos pró-guerra no Parlamento e a propaganda da mídia”.

Os militantes citaram a grande manifestação de 25 de fevereiro em Gênova: “Nós carregamos a voz majoritária do país que se expressa contra o envio das armas. Lembrem-se da manifestação de dezenas de milhares de pessoas em Gênova, os trabalhadores se opõem, concretamente, ao fornecimento de armas.”

Acabar com as consequências da economia da guerra na Itália!
A pressão da economia bélica, em razão da presença da Otan, torna o encontro imprescindível para os militantes que não estão aqui “para testemunhar” mas “porque é uma possibilidade única de se fazer escutar uma voz para além da propaganda da guerra.”

Bianca Tedone afirma que é “uma batalha de civilização e, também, uma batalha para acabar com as consequências das políticas econômicas da guerra”. 

Na Itália, o montante das despesas militares chegou a 28,7 bilhões de euros, ou seja, 2 bilhões de euros a mais do que em 2022. 
Em 23 de janeiro, já havia sido aprovado um decreto-lei que prorroga o envio das armas à Ucrânia para 2023. O Partido Democrático (centro-esquerda), do qual faz parte Mario Draghi – antigo primeiro-ministro –, votou a favor disso. O Movimento 5 Estrelas [M5S] votou contra.

A Itália, sobretudo, forneceu mísseis e, igualmente, um sistema antimíssil, chamado Samp-T, elaborado juntamente com a França. O montante de fornecimento bélico italiano à Ucrânia é de 660 milhões de euros – isto que equivale ao montante dispendido pela França.

Durante o encontro, o militante do Poder ao Povo, Giorgio Cremaschi, afirmou que um F-35 custa o equivalente ao financiamento de quatro hospitais e que a Itália planejou a compra cem exemplares. “Meloni”, ele explica, “disse que não removeria dinheiro dos italianos para fazer a guerra, mas é o contrário: retira-se o dinheiro dos serviços públicos, da vida, para o dinheiro sujo da guerra.”

Ophélie Sauger
Publicado no jornal francês Informações Operária (edição 751 de 6 de abril)


Tradução R. Nasser

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