14/07/15.
Após 22 horas de negociação, os líderes da zona do euro e o governo grego chegaram nesta segunda-feira (13) a um acordo que garante a Atenas um pacote de resgate de até € 86 bilhões divididos em três anos (o terceiro socorro em cinco anos).
O acerto põe fim, ao menos temporariamente, às dúvidas sobre a permanência do país no bloco de 19 países.
A contrapartida grega, no entanto, é duríssima. Para receber o valor –equivalente a 48% do PIB do país em 2014–, a Grécia terá de aprovar até esta quarta (15) um pacote que inclui reformas tributária (com aumento de impostos) e previdenciária (com corte de gastos nos benefícios). O mais importante –e polêmico–, porém, é que os gregos, na prática, terão de ceder sua soberania fiscal aos credores, ou seja, terão menos controle sobre seu próprio Orçamento.
As medidas preveem, por exemplo, criação de fundo de € 50 bilhões, a partir de ativos privatizados gregos, que será usado para pagar a dívida e capitalizar os bancos do país. O dia a dia das operações será tocado pelos gregos, mas sob a supervisão da UE. A severidade do acordo, firmado dias após os gregos terem rejeitado, em plebiscito, mais austeridade, torna a aprovação das medidas no Parlamento da Grécia uma incógnita.
Fonte: Folha de São Paulo