Expectativa de vida e mortalidade infantil revelam desigualdade brutal no Brasil

Direito à vida
Quem mora em área nobre de São Paulo vive 23 anos a mais que morador da periferia. Em Alto de Pinheiros, área nobre da capital paulista, a idade média ao morrer foi de 80,9 anos em 2020. A quase 40 km de distância, em Cidade Tiradentes, bairro da periferia da zona leste, não se chega nem à faixa da terceira idade: a idade média foi de 58,3 anos.

O Mapa da Desigualdade, levantamento feito pela Rede Nossa São Paulo, mostra que, com relação à idade média ao morrer, 42 dos 96 distritos estão abaixo da taxa geral da cidade, que é de 68,2 anos. O precário acesso à água, ao saneamento básico, à saúde, à alimentação e a violência – incluindo a da polícia – são as principais causas da trágica realidade.

Mortalidade infantil
A mortalidade infantil vinha caindo ano a ano no Brasil desde 1990. Mas boletim especial do Ministério da Saúde com registros até 2019 (último ano com dado disponível) aponta que a taxa aumentou naquele ano, estacionando o país no índice de 2015. Em 2019, foram 13,3 mortes por mil nascidos vivos no Brasil, alta em comparação ao ano anterior: em 2018, essa taxa ficou em 13,1.

A taxa é exatamente a mesma registrada quatro anos antes. A diminuição da cobertura vacinal e de atenção à gestante e crianças, com os cortes na saúde e nos programas sociais, combinados com o aumento da pobreza dos últimos anos, são os principais causadores desse cenário.

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