Já são 22 os infectados pelo Coronavírus, membros da delegação de Bolsonaro aos EUA, mas o governo se recusa a tomar medidas sérias para enfrentar a pandemia. Por quê? Porque o governo – e os que fizeram parte da farsa que lhe deram origem – estão infectados por um vírus mais mortal à humanidade: a política do capital financeiro para dar sobrevida ao imperialismo, um sistema cuja crise só foi agravada e acelerada pela pandemia.
Especulação e guerra, isto é o capitalismo. Segundo dados, em 2018, no mundo se destinou 1,8 trilhão de dólares de orçamentos públicos para o setor militar, enquanto a OMS estima que precisa de 7 bilhões de dólares para lidar com o vírus!
A política do ajuste fiscal (liberar recursos para a especulação), retirou verbas dos serviços públicos. O SUS nos últimos três anos deixou de receber 22 bilhões de reais – o que deixa o Brasil em condições ultra fragilizadas para enfrentar a pandemia.
Essa política nos últimos três anos empurrou para a pobreza e a fome milhões de brasileiros, que hoje estão completamente vulneráveis à contaminação.
Em recente entrevista, a ex-ministra do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome no governo Dilma, Tereza Campello, fez uma avaliação realista: “No Brasil o Coronavírus será um genocídio. Quando se diz para os idosos se recolherem, esquece-se que os idosos pobres não têm cuidadores, não têm áreas isoladas nas suas casas, não têm alimentação especial. Quando se diz que isto é uma opção individual e que as pessoas não podem sair de casa, como é que se mantém em casas mínimas um monte de gente? As crianças não vão para a rua? Claro que vão para a rua”. E acrescenta “outro problema iniciado por Temer e continuado por Bolsonaro: o trabalho informal que eles chamam de ‘empreendedorismo’. Há 40 milhões de brasileiros sem trabalho formal.”
Saúde sucateada, população empobrecida, moradias precárias, trabalho sem direitos, o que pode provocar um genocídio. Já no Planalto o presidente zomba da tragédia, uma “fantasia”, e incentiva aglomerações em manifestações a seu favor. Até grande parte do seu eleitorado foi para as sacadas dos apartamentos: “acabou, fora, assassino, miliciano”. A classe média está se enraivecendo.
Diante da pandemia os patrões (estes sim protegidos pelo governo) abusam, mantendo milhões de trabalhadores em atividade, sujeitos a condições de transporte e trabalho insalubres. O governo nada faz e, mais, ajuda os patrões com redução de jornada e salário.
A classe trabalhadora está vivendo uma situação dramática, mas tenta resistir. Começam a vir os primeiros sinais de propostas de greves, já que a patronal não quer interromper a produção com garantia de emprego e salário.
Lula em seu pronunciamento no dia 19, com razão, falou da prioridade em proteger empregos, salários e outras medidas que protejam o povo trabalhador. Mas, a partir daí, uma questão se coloca: isso não é possível com este governo, sob comando de Bolsonaro, generais e ministros vassalos.
Se a tragédia não for interrompida o “genocídio” do povo, diante da pandemia, será inevitável e devastador.
O período que se inicia será difícil. Mas ele explicita, mais que jamais, que para a humanidade as alternativas são: a barbárie que ameaça de morte os povos em todo o mundo, ou o socialismo. Interromper o curso à barbárie no Brasil passa por colocar fim ao governo – todo governo – Bolsonaro.