Greve da educação obriga governo de Alagoas e sinaliza avanços

Categoria suspende o movimento mas pode retomar se o governo não cumprir o prometido

No último dia 6 de setembro, após 13 dias de greve, trabalhadores da educação estadual de Alagoas optaram por aceitar a proposta do governo de mudança no Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) e suspenderam a greve iniciada em 24 de agosto.

A luta pela reposição salarial, iniciada em janeiro, começou com proposta de 0% para todos. Em maio, mês da data-base, o movimento unificado de servidores iniciou mobilizações para pressionar por um índice de reposição maior, fazendo o governo avançar para os 5,79%, a serem concluídos apenas em janeiro do próximo ano. Essa proposta não agradou a categoria da educação, cujo piso nacional é de 14,95%, levando ao início da greve, com um calendário de lutas na capital e interior.

Atos foram realizados nos maiores bairros de Maceió (Benedito Bentes e Jacintinho) e em Arapiraca, segunda maior cidade do estado, tendo o apoio de estudantes, pais e sociedade em geral.

Diante desse quadro, o governo estadual, através do vice-governador Ronaldo Lessa, que ocupou interinamente a cadeira durante a viagem do governador Paulo Dantas (MDB) à China, recebeu o Sinteal e se comprometeu a garantir avanços no PCCS, dispondo-se a debater todas as reivindicações da pauta grevista: além dos 5,79% (pagos em setembro e novembro para todos os servidores públicos), garantia do aumento da carga horária, quando solicitado pelo professor; pagamento das férias em um único mês (atualmente os educadores de Alagoas tem férias coletivas, mas recebem em meses diferenciados); implantação de vale-alimentação, vale-transporte e revisão no valor do adicional por difícil acesso para funcionários e professores, assim como mudança de letras dos funcionários e correção na distorção dos valores de tabela dos professores.

Uma comissão, formada por representantes do governo e sindicato, já foi aprovada e publicada em Diário Oficial, tendo até 30 de outubro para apresentar um projeto de lei com essas modificações. Em 31 de outubro, uma nova assembleia da categoria está convocada para avaliar o projeto e aprová-lo ou recomeçar a greve.

Emmanuel Miranda

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