No fechamento desta edição, a greve nacional convocada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP-CUT) estava em seu quinto dia, atingindo 30 unidades operativas do Sistema Petrobras em 12 estados.
Deflagrada em 1º de fevereiro, ela teve como estopim a decisão da Petrobras de fechar a Fafen, sua última fábrica de fertilizantes nitrogenados, localizada em Araucária (PR), o que jogaria na rua mais de mil trabalhadores.
Já no dia de anúncio do fechamento da fábrica, 17 de janeiro, o sindicato e a FUP fizeram um ato na sua entrada, para o qual se deslocaram em passeata os petroleiros da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), incluída entre as oito refinarias que a direção da Petrobras pretende privatizar. Na manhã do dia 21 os trabalhadores ocuparam a Fafen para tocar a produção, sendo desalojados por ação da PM após três dias, mantendo-se em vigília no portão da fábrica. Um vazamento de amônia ocorreu na noite do dia 31, pois a gerência decidiu não operar a caldeira que mantinha a fábrica funcionando.
Assembleias em todo o país decidem a greve
Desde o dia 31 dirigentes da FUP ocuparam uma sala no quarto andar da sede da Petrobras no Rio de Janeiro, mandatados pelos 13 sindicatos filiados a negociar a pauta da greve que seria iniciada em 1º de fevereiro.
A direção da empresa chegou a impedir a entrada de água e alimento para os sindicalistas, depois que a Justiça do Trabalho negou a sua liminar para expulsá-los do prédio.
A greve nacional, votada em assembleias em todas as bases da FUP, veio num crescente desde então, parando refinarias, terminais e unidades operacionais da Petrobras.
Na pauta da greve nacional está a exigência de suspensão do fechamento da Fafen e das mil demissões programadas e também o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho, de novembro passado, que foi mediado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Todo apoio aos petroleiros!
É uma greve nacional contra o desmonte da Petrobras, o fechamento de unidades, a privatização de refinarias. Uma greve, portanto, em defesa da soberania nacional sobre a riqueza petrolífera que o governo Bolsonaro quer entregar para as multinacionais.
Daí a ampla solidariedade já manifestada por sindicatos e movimentos populares, que deve ser intensificada. A esta altura da mobilização, a outra federação de petroleiros, a FNP que reúne 5 sindicatos, também vai aderindo à greve nacional.
Em 4 de fevereiro, o ministro Ives Gandra Martins Filho do TST, aceitou um pedido da Petrobras para acabar com a greve, determinando a manutenção do efetivo mínimo para garantir os serviços em suas unidades operacionais.
“A greve nacional da categoria petroleira continua!”, respondeu a FUP.
Julio Turra