Greve na Cemig: “esse trem é nosso”

Os trabalhadores da estatal Cemig (energia elétrica) entraram em greve há duas semanas, em luta pela renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), reajuste pela inflação (INPC) e garantia de direitos, bem como contra a privatização da empresa, intenção declarada do governador Zema desde sua posse.

Organizados no Sindieletro-MG e outros sindicatos, os eletricitários enfrentam a intransigência do governo e da direção da empresa. Depois da entrega da pauta de 34 itens, a direção da Cemig enviou uma contraproposta com índice de 11,2% (inflação), mas retirando direitos inscritos nos ACTs anteriores, como transporte coletivo, plano de saúde e diminuindo a liberação sindical.

Para Emersom Andrada, coordenador do Sindieletro: “A gestão Zema pretende colocar 100% da empresa a serviço do capital e seu primeiro objetivo não é fazer com que a Cemig produza energia, mas dinheiro para o capital financeiro”.

Piquetes em todo o estado
A Cemig é espalhada em todo o estado com cerca de 8 mil trabalhadores. O que exige dos sindicatos piquetes diários para garantir a greve e a mobilização junto à população buscando e obtendo apoio à sua luta.

Uma ação conjunta de movimentos populares e sindicatos ocupou a sede da Cemig em BH por um dia, sendo encerrada ao arrancar um calendário de negociação. Ao sair da sede da Cemig, os manifestantes montaram um acampamento e, em 2 de dezembro, foram até a Assembleia Legislativa (ALMG), onde uma CPI investiga denúncias de desmonte e corrupção na Cemig. Lá foram recebidos pelo deputado estadual Betão (PT) que declarou: “A CPI mostrou a ampla terceirização na empresa, mas Zema precisa que a privatização passe pela ALMG e depois por referendo popular. Só os trabalhadores organizados vão parar esse processo que o governo persegue há três anos”.

A greve continua como também a campanha do Sindieletro “Cemig: esse trem é nosso”.

Correspondente

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