No início de janeiro a direção da Dataprev, Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social, que está na lista de privatizações do Ministério da Economia, anunciou o fechamento de 20 de suas regionais.
Nas regionais atingidas, os trabalhadores começaram a entrar em greve, que foi sendo engrossada em todas as demais regionais a partir de 21 de janeiro, tornando-se uma greve nacional contra a privatização da estatal e a desestruturação do INSS.
O processo de privatização da Dataprev inclui a redução de 15% do seu pessoal, ou seja, de 494 dos seus atuais 3.360 trabalhadores.
Com a extensão da greve, a empresa foi obrigada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) a cumprir a Lei de greve, que proíbe demissões ou novas contratações para substituir grevistas durante paralisações.
No dia 4 de fevereiro, um acordo mediado pelo TST suspendeu por 30 dias as 500 demissões previstas em todo país, garantindo ainda o pagamento dos dias parados. Com isso a greve foi suspensa.
Fôlego para continuar a luta
Os trabalhadores seguem mobilizados exigindo a suspensão definitiva das demissões e que os trabalhadores ameaçados de facão sejam realocados no INSS. Sim, pois há falta de servidores no INSS, provocando o caos no atendimento aos segurados que já são mais de 2 milhões na fila. Bolsonaro chegou a anunciar que usaria militares da reserva para esse serviço, para o qual não têm qualquer preparo ou formação. Mas, a direção da Dataprev não aceitou realocar os trabalhadores ameaçados de demissão no INSS.
Está claro que a privatização da empresa – que fornece dados do INSS aos bancos pagadores dos benefícios – faz parte dos planos do governo de desmontar a Previdência pública.
De todo modo, a suspensão por 30 dias de qualquer demissão dá fôlego ao movimento para continuar o combate contra as demissões e a privatização da Dataprev.
Correspondente